Valcke: "acho que as palavras usadas por mim foram muito fortes" (REUTERS/Washington Alves)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2014 às 10h44.
São Paulo - O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu pela primeira vez que a entidade também tem culpa nos atrasos na reta final de preparação dos estádios.
"O maior erro que enfrentamos nos últimos meses no Brasil foi com os estádios privados e a questão das instalações temporárias", disse em entrevista à BBC News.
Valcke se referia ao impasse enfrentado em São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, todos privados, sobre quem seria responsável por financiar as estruturas temporárias - centros de mídia, de tecnologia da informação e área de patrocinadores - exigidas pela Fifa.
O custo total de cada uma é calculado em pelo menos R$ 40 milhões.
Para as próximas edições da Copa do Mundo, o dirigente reconheceu que será preciso deixar claro quem é responsável pelo o quê.
Desta forma, não haverá espaço para a discussão de "por que um estádio privado teria que pagar por uma estrutura que não usará no futuro", que atrasou a conclusão dessas arenas por aqui.
Sobre os atritos entre a Fifa e o Brasil durante os preparativos para o mundial, Valcke tomou para si parte da culpa.
"Não acho que tenha sido entre a Fifa e o Brasil. Às vezes foi entre mim e o Brasil. Em uma ou duas ocasiões acho que as palavras usadas por mim foram muito fortes", disse.
O dirigente falou ainda sobre as suspeitas de corrupção nas obras dos estádios. O próprio Mané Garrincha, em Brasília, que é cenário da entrevista, deve ter um custo final duas vezes maior do que era previsto inicialmente.
"Não somos responsáveis pelo que acontece nos países, mas claro que somos contra a corrupção."
Veja abaixo a entrevista completa à BBC: