Brasil

Vai ter greve dos ônibus em SP? Sem acordo, sindicato confirma paralisação; veja detalhes

O sindicato afirma as reivindicações dos motoristas e cobradores não foram atendidas pelo sindicato patronal durante a reunião de conciliação na Justiça do Trabalho

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 2 de julho de 2024 às 16h06.

Última atualização em 2 de julho de 2024 às 23h04.

Tudo sobreÔnibus
Saiba mais

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SMTTrusp) manteve a decisão da assembleia realizada na última sexta-feira, 28, que aprovou, por unanimidade, uma greve para a próxima quarta-feira, 3. 

Em rápido contato com a EXAME, a assessoria do SMTTRUSP afirmou as reivindicações dos motoristas e cobradores não foram atendidas pelo sindicato patronal durante a reunião de conciliação na Justiça do Trabalho.

De acordo com a ata da audiência de conciliação, a SPUrbanuss apresentou uma “proposta de reajuste salarial de 3,60%, índice este acima do INPC do período (3,23%), o que poderá ser ainda elevado a depender do índice que for definido pela FIPE no salariômetro, podendo este chegar a 4%, segundo previsões iniciais”.

"Faltou nove itens, está distante do que a gente quer. O patronal fez a proposta de apenas um item, e incompleto. Faltam tantas outras reivindicações para analisar", disse Willian Ribeiro, representante do SMTTRUSP.

Ribeiro disse ainda que o sindicato somente vai chamar uma nova assembleia para analisar ou não a paralisação de amanhã caso uma proposta com todas as reivindicações seja apresentada.

"O trabalhador já aprovou a greve. Só vamos chamar uma assembleia se vier uma proposta do patronal para o trabalhador avaliar", concluiu.

Entre os pontos classificados como inegociáveis pela categoria está a redução da jornada de trabalho. A proposta é de 7 horas efetivamente trabalhadas (6h30 mais 30 minutos para descanso e refeição) ou 6 horas trabalhadas com 1 hora remunerada. Hoje, os trabalhadores tem jornada de 7 horas trabalhadas sem o descanso remunerado.

O sindicato também pede a ampliação na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), um reajuste do valor do tíquete para R$ 38, uma cesta básica com produtos de qualidade e o fim do termo "similar".

A categoria quer também um reajuste de 17% no seguro de vida, garantindo cobertura de dez salários mínimos conforme a Lei nº 12.619 (lei do motorista), melhorias nos convênios médico e odontológico, auxílio funeral com revisão dos valores, e um cartão para uso em casos de necessidade.

Justiça termina 100% do efetivo

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, após a falta de acordo entre os trabalhadores e empresas, que os motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo devem garantir 100% do efetivo nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e no mínimo 50% nos demais períodos caso decidam pela paralisação a partir da 0h desta quarta-feira, 3.

A decisão liminar foi concedida pelo desembargador-relator Davi Furtado Meirelles. Se houver descumprimento da decisão, será aplicada multa diária de R$ 100 mil ao sindicato da categoria (Sindimotoristas) e ao sindicato das empresas de transporte coletivo (SPUrbanuss). Os trabalhadores não devem impossibilitar ou criar obstáculos às saídas dos ônibus das garagens, à circulação e ao acesso pelos passageiros. As empresas de transporte coletivo devem disponibilizar os veículos para a prestação dos serviços. Estima-se que 7 milhões de pessoas utilizam ônibus em São Paulo por dia.

Acompanhe tudo sobre:ÔnibusGreves

Mais de Brasil

Sindicato dos motoristas e cobradores suspende greve dos ônibus de SP marcada esta quarta-feira

Greve de ônibus em SP: rodízio de veículos é suspenso nessa quarta-feira

Mais na Exame