Vacina do Butantan custa 10 dólares por dose e será paga pelo SUS
O preço é o que foi ofertado ao Ministério da Saúde e a estados e municípios que já mostraram interesse na aquisição do imunizante
Gilson Garrett Jr
Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 14h12.
Última atualização em 14 de dezembro de 2020 às 14h13.
A vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan , em parceria com o laboratório chinês Sinovac, tem um custo de 10 dólares por dose (cerca de 51 reais). Segundo o diretor da entidade, Dimas Covas, no valor estão incluídas as despesas do contrato com a farmacêutica chinesa e de fabricação no Brasil. Tudo será bancado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda segundo Dimas Covas, o preço é o que foi ofertado ao Ministério da Saúde - que ainda não respondeu se vai comprar a vacina - e a estados e municípios que já mostraram interesse na aquisição da vacina desenvolvida pelo Butantan. Pelo menos 12 estados e 276 cidades já fizeram pedidos do imunizante.
Nesta segunda-feira, 14, o Instituto Butantan anunciou que mudou a estratégia de pedir o registro emergencial da vacina e vai solicitar o registro final. Com isso, o pedido, que deveria ser entregue na terça-feira, 15, vai ser feito na próxima semana, no dia 23 de dezembro.
De acordo com Dimas Covas, a mudança foi feita porque na fase de testes de eficácia, o estudo atingiu o número mínimo de pessoas infectadas para passar da fase emergencial - 61 casos - para o registro definitivo - 151 casos.
No Brasil, 13.000 voluntários participam da última fase de testes para saber se a vacina é eficaz. O imunizante do Butantan com a Sinovac ainda não tem registro na China. No fim de novembro, o teste da CoronaVac no Brasil atingiu o número mínimo de pessoas infectadas para concluir os estudos.
Metade recebeu a vacina e a outra metade um placebo. Ou seja, os pesquisadores passam a analisar se os contaminados estão no grupo vacinado ou no grupo placebo, e verificar se a vacina atingiu o objetivo que é de combater o coronavírus.
Apesar da mudança de data, o governo de São Paulo mantém a data de vacinação no dia 25 de janeiro. A aplicação será de forma estadual, a começar pelos idosos e profissionais de saúde.
Esta primeira fase vai durar nove semanas, até o dia 28 de março. Serão vacinados 1,5 milhão de profissionais da saúde, e depois 7,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Após os trabalhadores da saúde, o calendário vai começar pelos idosos com 75 anos ou mais. A vacina será em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas.
Custos
O contrato entre o governo de São Paulo e o laboratório chinês Sinovac tem um custo de 90 milhões de dólares. O total de doses compradas é de 46 milhões, sendo 6 milhões já prontas e outras 40 milhões formuladas pelo Instituto Butantan, a partir de matéria-prima enviada diretamente da China.
Além do custo de produção, o governo estadual vai gastar mais 100 milhões de reais com a distribuição. De acordo com o governador João Doria (PSDB), este dinheiro sairá do Tesouro do Estado.]
Valor por dose de outras vacinas
Em outubro, o Ministério da Saúde divulgou pretende pagar 21 dólares por dose da vacina contra o coronavírus da aliança global Covax Facility. O acordo prevê um total de 40 milhões de doses.
No caso da vacina da AstraZeneca, que o governo federal já fechou o acordo de aquisição de 100 milhões de doses. Ainda não há o valor por unidade, mas em entrevista ao Financial Times, a farmacêutica disse que deve custar entre 3 e 4 dólares.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governo federal assinou um contrato de intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech. A pasta, porém, disse que os valores são mantidos em sigilo.