Vaccari negociava diretamente com empreiteiras, diz delator
O tesoureiro do PT negociava diretamente com as empreiteiras o porcentual a ser repassado para o partido, segundo o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2015 às 12h18.
Curitiba e São Paulo - O tesoureiro do PT João Vaccari Neto negociava diretamente com as empreiteiras o porcentual a ser repassado para o partido.
A revelação foi feita pelo engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras que foi braço direito de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal.
Em novos depoimentos que prestou nos dia 9 e 12 de março, no âmbito da delação premiada que firmou com a força tarefa da Operação Lava Jato, Barusco citou o suposto pagamento de propinas nas obras do Gasoduto Pilar-Ipojuca, na Bahia, no valor equivalente a 2% do contrato e aditivos - esse contrato foi fechado pelo preço de R$ 430 milhões e três aditivos somaram mais R$ 139,8 milhões. A OAS foi contratada para a obra.
A propina paga para a Diretoria de Serviços, então sob comando de Duque, chegou a R$ 11,39 milhões.
Segundo Barusco, "houve pagamento de vantagens indevidas e metade desse valor ficava com o Partido dos Trabalhadores, sendo negociado diretamente por João Vaccari com os representantes da empreiteira".
Barusco explicou que entre 2011 e 2013 esteve reunido, "aproximadamente uma vez por mês, com João Vaccari Neto, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores". Segundo o delator, as reuniões ocorreram em hotéis de luxo, principalmente em Copacabana, no Rio, e que participavam Duque, Vaccari e ele.
"Era tratado do andamento de alguns projetos e contratos, em relação aos quais o Vaccari tinha interesses em ter conhecimento."
Barusco, que era braço-direito de Duque afirmou ainda que "Vaccari formulava algumas reivindicações em nome de empresas, por exemplo, para ver se era possível resolver algum problema, envolvendo licitações, celebrações de aditivos, inclusão de empresas na lista de empresas cadastradas, ou mesmo problemas técnicos".
O ex-gerente de Engenharia disse que as solicitações eram "atendidas dentro do possível, no limite dos procedimentos e requisitos técnicos das Petrobras".
"Nestas reuniões também era tratado da divisões do pagamento de propina."
Barusco explicou que a partir da reunião "cada um operacionalizava o recebimento de sua parte".
O advogado criminalista Luiz Flávio Borges DUrso, que defende Vaccari, afirma que o tesoureiro do PT arrecada exclusivamente doações lícitas, todas declaradas à Justiça eleitoral. DUrso repudia as delações premiadas que apontam para Vaccari. Segundo o criminalista, os delatores "faltam com a verdade".
A OAS nega a prática de cartel na Petrobras e afirma que não pagou propinas para o tesoureiro do PT.
A Secretaria de Finanças do Partido dos Trabalhadores nega que o secretário João Vaccari Neto tenha participado de esquema para recebimento de propina ou de recursos de origem ilegal destinados ao PT.
Curitiba e São Paulo - O tesoureiro do PT João Vaccari Neto negociava diretamente com as empreiteiras o porcentual a ser repassado para o partido.
A revelação foi feita pelo engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras que foi braço direito de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal.
Em novos depoimentos que prestou nos dia 9 e 12 de março, no âmbito da delação premiada que firmou com a força tarefa da Operação Lava Jato, Barusco citou o suposto pagamento de propinas nas obras do Gasoduto Pilar-Ipojuca, na Bahia, no valor equivalente a 2% do contrato e aditivos - esse contrato foi fechado pelo preço de R$ 430 milhões e três aditivos somaram mais R$ 139,8 milhões. A OAS foi contratada para a obra.
A propina paga para a Diretoria de Serviços, então sob comando de Duque, chegou a R$ 11,39 milhões.
Segundo Barusco, "houve pagamento de vantagens indevidas e metade desse valor ficava com o Partido dos Trabalhadores, sendo negociado diretamente por João Vaccari com os representantes da empreiteira".
Barusco explicou que entre 2011 e 2013 esteve reunido, "aproximadamente uma vez por mês, com João Vaccari Neto, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores". Segundo o delator, as reuniões ocorreram em hotéis de luxo, principalmente em Copacabana, no Rio, e que participavam Duque, Vaccari e ele.
"Era tratado do andamento de alguns projetos e contratos, em relação aos quais o Vaccari tinha interesses em ter conhecimento."
Barusco, que era braço-direito de Duque afirmou ainda que "Vaccari formulava algumas reivindicações em nome de empresas, por exemplo, para ver se era possível resolver algum problema, envolvendo licitações, celebrações de aditivos, inclusão de empresas na lista de empresas cadastradas, ou mesmo problemas técnicos".
O ex-gerente de Engenharia disse que as solicitações eram "atendidas dentro do possível, no limite dos procedimentos e requisitos técnicos das Petrobras".
"Nestas reuniões também era tratado da divisões do pagamento de propina."
Barusco explicou que a partir da reunião "cada um operacionalizava o recebimento de sua parte".
O advogado criminalista Luiz Flávio Borges DUrso, que defende Vaccari, afirma que o tesoureiro do PT arrecada exclusivamente doações lícitas, todas declaradas à Justiça eleitoral. DUrso repudia as delações premiadas que apontam para Vaccari. Segundo o criminalista, os delatores "faltam com a verdade".
A OAS nega a prática de cartel na Petrobras e afirma que não pagou propinas para o tesoureiro do PT.
A Secretaria de Finanças do Partido dos Trabalhadores nega que o secretário João Vaccari Neto tenha participado de esquema para recebimento de propina ou de recursos de origem ilegal destinados ao PT.