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Sob protesto, USP aprova reajuste de 1,5% para professores e técnicos

Na Universidade de Campinas (Unicamp), servidores fizeram um piquete para impedir a reunião sobre o aumento salarial

USP: Universidade de São Paulo aprovou nesta terça-feira, 29, a proposta de reajuste salarial de 1,5% para professores e técnicos (Cecília Bastos /Jornal da USP/ USP Imagens/Divulgação)

USP: Universidade de São Paulo aprovou nesta terça-feira, 29, a proposta de reajuste salarial de 1,5% para professores e técnicos (Cecília Bastos /Jornal da USP/ USP Imagens/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2018 às 10h04.

Última atualização em 30 de maio de 2018 às 10h04.

São Paulo - A Universidade de São Paulo (USP) aprovou nesta terça-feira, 29, a proposta de reajuste salarial de 1,5% para professores e técnicos, sob protesto de servidores. O índice está abaixo da inflação do último ano, que foi de 2,9%. Na Universidade de Campinas (Unicamp), servidores fizeram um piquete para impedir a reunião sobre o aumento salarial.

O Cruesp, conselho de reitores de USP, Unicamp e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), propôs reajuste de 1,5%, sob justificativa de restrições financeiras. O Fórum das Seis - entidade que representa sindicatos de professores e funcionários das três instituições - pede 12,6%. O valor é necessário, diz a entidade, para compensar as perdas dos últimos cinco anos.

Na USP, a proposta recebeu 57 votos favoráveis e 6 contrários. Para o reitor, Vahan Agopyan, o reajuste não pode colocar em risco as instituições. "O Cruesp já sinalizou que envidará todos os esforços institucionais possíveis de recuperação salarial tão logo as condições econômicas permitam", afirmou, durante reunião do Conselho Universitário para decidir sobre o tema. Do lado de fora, servidores fizeram manifestação contra a proposta.

Na Unicamp, os piquetes na porta da sala do Conselho Universitária impediram que a reunião sobre o reajuste ocorresse.

O reitor, Marcelo Knobel, classificou o ato como" truculento". "Estamos em uma situação econômica crítica nas três universidades. Na Unicamp, a previsão de déficit ao fim do ano é de R$ 240 milhões. O reajuste parece pouco, mas para a instituição representa R$ 30 milhões a mais na folha de pagamentos", afirma.

Servidores da Unicamp negam violência. "O movimento fez um esforço de conversar com todos os conselheiros para que isso não fosse votado", afirma Iuriatan Muniz, representante dos servidores no Conselho Universitário. A categoria já aprovou greve contra a medida.

A Unesp informou que vai conceder o mesmo porcentual de reajuste, que implicará acréscimo de R$ 21 milhões no orçamento. "A iniciativa, mesmo neste cenário orçamentário e financeiro difícil, demonstra a preocupação da Unesp com seus servidores", diz comunicado do reitor, Sandro Valentini.

João Chaves, coordenador do Fórum das Seis e professor da Unesp, considera a proposta de reajuste "um insulto" às categorias e critica a falta de diálogo. "A disposição sempre foi de negociar com o Cruesp. Colocamos um cenário que achamos justo, mas sempre como um parâmetro a ser discutido, coisa que o Cruesp frequentemente não faz." A entidade já discute aprovar greve, caso não consiga reajuste mais alto. Como a questão não pôde ser votada na Unicamp, a reunião do Cruesp, que aconteceria nesta quarta-feira, 30, para apresentar o índice de reajuste, foi cancelada.

Por causa das greve dos caminhoneiros, USP e Unicamp estão sem aulas na graduação nesta semana. A Unesp orientou que cada uma de suas unidades decidisse sobre eventual suspensão de atividades.

Crise

Em 2017, o Cruesp não deu reajuste, alegando "alto comprometimento de orçamento com a folha de pagamento". À época, o gasto com salários superava em 4% os repasses que as instituições recebem do Estado. As três estaduais recebem cota fixa de 9,57% da arrecadação estadual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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