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Uso da internet por crianças de 10 a 13 cai pela primeira vez em sete anos, diz IBGE

Percentual foi de 84,2% em 2023. Apesar de alto, representa a primeira queda desde 2016, quando foi iniciada a pesquisa. Fatia de brasileiros que têm celular nessa faixa etária ficou estável

Agência o Globo
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Publicado em 16 de agosto de 2024 às 12h18.

Última atualização em 16 de agosto de 2024 às 12h24.

Alvo constante de preocupação pelos pais e especialistas, o uso da internet por crianças de 10 a 13 no país recuou pela primeira vez em sete anos. Trata-se de uma pequena redução, mas não desprezível: o percentual desta faixa etária que acessa a rede caiu de 84,9% em 2022 para 84,2% em 2023. Foi também a primeira vez que a pesquisa registrou estabilidade no percentual de menores nessa faixa etária para uso pessoal: 54,8%.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Tecnologia da Informação e Comunicação, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. A pesquisa investiga o acesso à Internet e à televisão pela população e pelos domicílios, além da posse de celular para uso pessoal.

O acesso à internet por crianças de 10 a 13 anos vinha subindo cerca de 4 pontos percentuais ano a ano, desde 2016, quando teve a início a pesquisa. O dado de 2023 configura, portanto, o primeiro período de inflexão na tendência traçada pelo estudo.

Quanto ao uso do celular, todos os grupos etários tiveram aumento no uso do aparelho para fins pessoais em 2023, sendo a única exceção a faixa dos mais jovens, de 10 a 13 anos de idade. Crianças com idade inferior a 10 não são alvo da pesquisa.

Cresce preocupação com privacidade e segurança

O IBGE pergunta o motivo principal por que as pessoas não tinham celular em 2023. As respostas para as crianças de 10 a 13 anos foram:

  • aparelho telefônico caro (26%)
  • falta de necessidade (22,4%)
  • preocupação com privacidade ou segurança (20,1%)
  • costumam usar o aparelho telefônico de outra pessoa (18,1%)

Entre o principal motivo que as pessoas desta faixa etária apontaram por não ter um aparelho celular, 26% disseram que o aparelho telefônico era caro e 22,4% afirmaram não ter necessidade de ter um dispositivo próprio. Já 20% citaram a privacidade e a segurança como a principal razão - percentual que subiu em relação a 2022, quando 17% dos respondentes elencaram essa razão.

"Isso pode refletir, claro, uma preocupação dos pais e responsáveis", avalia Gustavo Geaquinto, analista da Pnad TIC.

Outros 18,1% disseram ainda que utilizavam o aparelho telefônico de outra pessoa, percentual que caiu em relação à 2022, quando 19,7% apontaram essa razão.

Depois da privacidade, a falta de necessidade foi o segundo motivo que mais passou a ser apontado pelas crianças para não utilizar a internet: subiu de 21% em 2022 para 22,4% em 2023.

Entre os menores que acessam a internet, 92,4% usam todos os dias

Apesar da ligeira redução no acesso à internet pelos menores, a pesquisa revela que 92,4% dos que a utilizaram a rede no ano passado utilizavam todos os dias. O uso é próximo ao total da pesquisa: 94,4% das pessoas de 10 anos ou mais usavam a internet diariamente em 2023, segundo o IBGE.

A PNAD Contínua passou a investigar em 2022 a frequência com que as pessoas normalmente utilizavam a Internet.

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