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Usina de Santo Antônio opera há um ano com "gambiarra"

Para escoar a energia produzida, a Santo Antônio Energia investiu R$ 30 milhões em uma subestação própria


	O arranjo provisório construído pela concessionária é capaz de suportar a energia de até 14 turbinas - atualmente, 11 estão em operação, o equivalente a 783 MW de capacidade instalada
 (Santo Antonio/Divulgação)

O arranjo provisório construído pela concessionária é capaz de suportar a energia de até 14 turbinas - atualmente, 11 estão em operação, o equivalente a 783 MW de capacidade instalada (Santo Antonio/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 17h32.

Brasília - O atraso nas obras da linha de transmissão que vai conectar as usinas do Rio Madeira ao sistema interligado nacional não comprometeu a geração de energia da usina hidrelétrica de Santo Antônio (RO). O empreendimento completou nesta semana um ano de operação comercial com uma espécie de "gambiarra".

A usina ficou pronta em março do ano passado, nove meses antes do previsto, em dezembro. Já as linhas de transmissão que vão ligar Porto Velho (RO) a Araraquara (SP) estão atrasadas há mais de um ano - a primeira está prevista para ser concluída em abril, e a segunda, em novembro.

Para escoar a energia produzida, a Santo Antônio Energia investiu R$ 30 milhões em uma subestação própria para conectar a usina ao sistema regional da Região Norte e à linha de transmissão Cuiabá-Porto Velho, que já existia. Isso permitiu que parte da energia fosse destinada também às regiões Sudeste e Centro-Oeste. Esse arranjo provisório construído pela concessionária é capaz de suportar a energia de até 14 turbinas - atualmente, 11 estão em operação, o equivalente a 783 MW de capacidade instalada.

Nesse período, foram produzidos 20,8 terawatt-hora (TWh), o equivalente ao consumo de uma cidade de 4,5 milhões de habitantes. Essa energia foi comercializada no mercado livre e chegou a 37 distribuidoras e 30 grandes indústrias de todo o País. Cerca de 70% da energia consumida nos Estados do Acre e de Rondônia já são gerados pela usina.

Segundo o diretor-presidente da Santo Antônio Energia, Eduardo Melo Pinto, essa antecipação foi mais benéfica ao sistema elétrico brasileiro do que à empresa. Devido a problemas na instalação das primeiras turbinas, o cronograma foi antecipado em nove meses, e não em um ano, como o inicialmente planejado.


A Santo Antônio Energia, porém, já havia vendido ao mercado livre uma quantidade equivalente a um ano de geração do empreendimento. Agora, com o nível dos reservatórios em baixa, a empresa teve que comprar o montante prometido por um preço bastante elevado.

"Essa antecipação foi cruel para nós, mas benéfica para o sistema brasileiro como um todo. Toda a energia gerada foi transmitida e usufruída. Não deve haver desperdício, a não ser que haja um atraso maior nas linhas, o que não está previsto", afirmou Pinto. Até o fim deste ano, a usina deve estar com 24 turbinas em operação, o equivalente a 1.700 MW de capacidade instalada. "Estamos usando uma rua, mas logo estaremos usando uma autoestrada."

Royalties

Com o início das operações comerciais, a Santo Antônio Energia também antecipou o pagamento de royalties por uso de recursos hídricos do Rio Madeira. De março de 2012 a fevereiro deste ano, a concessionária já pagou R$ 8,1 milhões, e a estimativa que esse valor atinja R$ 44 milhões para o município de Porto Velho, o Estado de Rondônia e a União. A usina deve entrar em operação plena em novembro de 2015.

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