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Usar Exército é "coisa de governo fraco", diz Maia a blog

“Forças Armadas devem ser deixadas para o final. Mas o presidente parece gostar do simbolismo”, disse o presidente da Câmara ao blog de Josias de Souza

Rodrigo Maia e Michel Temer (André Coelho- Bloomberg/Bloomberg)

Rodrigo Maia e Michel Temer (André Coelho- Bloomberg/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 26 de maio de 2018 às 10h14.

Última atualização em 26 de maio de 2018 às 11h05.

São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está criticando publicamente o uso das Forças Armadas na greve dos caminhoneiros.

"A decisão foi errada", disse ao blog de Josias de Souza, na Folha de São Paulo, na noite de sexta-feira. E completa: “Isso é coisa típica de governo fraco”.

Foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite desta sexta-feira uma decisão que autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia de Lei e da Ordem até o dia 4 de junho.

Elas incluem a remoção ou a condução de veículos que estiverem obstruindo a via pública e a escolta de veículos que prestem serviços essenciais ou transportem produtos considerados essenciais.

Para Maia, o governo não deveria ter ido além do que foi autorizado por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Advocacia-Geral da União.

Moraes permitiu que a força fosse usada para desbloquear estradas, mas não mencionou Exército, apenas Polícia Rodoviária Federal, Polícias Militares e Força Nacional de Segurança.

“Foi o que o governo pediu. E seria suficiente”, avaliou Maia. “As Forças Armadas devem ser deixadas para o final, para situações extremas. Mas o presidente parece gostar do simbolismo.”

Maia já havia declarado à imprensa na sexta-feira (25) que o uso do Exército era "desnecessário" e que "as palavras do presidente estão tendo pouca credibilidade com a sociedade".

Maia é pré-candidato à Presidência da República pelo DEM e sua atuação na greve dos caminhoneiros foi marcada por um erro de cálculo.

Ele defendeu que alíquota do PIS/PASEP e do Cofins fosse zerada para o óleo diesel, o que acabou sendo incluído na proposta de reoneração da folha de pagamento aprovada pela Câmara.

Os deputados divulgaram que a previsão de perda de arrecadação seria da ordem de R$ 3 bilhões, enquanto o governo falava em R$ 12 bilhões.

Maia acabou voltando atrás e admitiu que a perda de arrecadação seria maior do que o previsto, mas em torno de R$ 9 bilhões.

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