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Universidades fechadas não recebem alunos

Dirigentes da UniverCidade e da Gama Filho recusaram-se a receber representantes dos 9,5 mil alunos das instituições

Alunos e pais de alunos se reúnem em frente a sede da UGF (Universidade Gama Filho), na Piedade, zona norte da cidade, após a decisão do MEC de descredenciar a Universidade Gama Filho e a UniverCidade (Tânia Rêgo/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 19h48.

Rio - Dirigentes da UniverCidade e da Gama Filho, que foram descredenciadas nesta segunda-feira, 13, pelo Ministério da Educação (MEC), recusaram-se nesta terça-feira, 14, a receber representantes dos 9,5 mil alunos das instituições.

Os portões de todas as unidades foram fechados e o único canal de comunicação oferecido pelo grupo Galileo, responsável pelas universidades, é um email (reitoria@ugf.br). No entanto, apenas 15 funcionários trabalham na chamada "força-tarefa" anunciada nesta terça para atender aos pedidos de informação e de transferência.

Revoltados com a situação, cerca de 150 estudantes fizeram uma manifestação na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, contra a decisão do MEC e o Galileo. Um grupo foi a Brasília para tentar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff e propor uma solução alternativa. No início da tarde, alunos foram impedidos de entrar na unidade do centro em que seria realizada uma entrevista com o presidente do Galileo Educacional, Alex Porto, que atacou o governo federal e pediu "paciência" aos alunos.

"Tenham um pouco de paciência, estamos trabalhando na reversão dessa situação. A decisão do MEC foi injusta, ilegal, arbitrária e esdrúxula. Coloca em risco o emprego de 3 mil trabalhadores e cria instabilidade social. Estamos ingressando na Justiça. Queremos pedir desculpas. Estamos em processo de reestruturação nos últimos 12 meses e vamos regularizar a situação. Os ativos imobiliários são a principal garantia", disse Porto.

Ele afirmou que outras instituições privadas também estão com problemas financeiros, com atrasos nos pagamentos de professores, e não foram descredenciadas. "Faltou isonomia." Segundo ele, o grupo tem dívida total de R$ 900 milhões e imóveis avaliados em R$ 1 bilhão.

Porto reconheceu que a situação financeira é "delicada", com mais despesas do que receitas, mas não revelou o déficit financeiro mensal. "Recuperação não se resolve em 12 meses. O plano de capitalização está em curso e depende de ajustes, mas temos convicção de que será finalizado", declarou. Ele afirmou que inadimplentes terão acesso à documentação.


Fundada em 1939, a Gama Filho é uma das mais tradicionais do País. Antigos donos da universidade afirmaram que vão tentar anular a transferência para o Galileo, em 2011. Os 1.600 professores das duas universidades estão sem receber salário pelo menos desde setembro e, agora, potencialmente desempregados.

"Roubaram cinco anos da minha vida. Não sei o que vou fazer. Trabalhei cinco anos para pagar a faculdade e não tenho como pagar outra", disse a operadora de telemarketing Fernanda Silva Freitas, que está no último período de história. "O MEC alega que fechou por causa da má qualidade, mas o meu curso está entre os três mais bem avaliados no Rio, com nota máxima.

Nas duas universidades, o cenário atual é de caos. Cadáveres em decomposição por falta de formol e notas não lançadas que ameaçam o ano letivo de alunos são alguns dos problemas. Para estudantes, o descredenciamento foi a pior solução. Guilherme Pereira, de 20 anos, aluno de direito, está no 9.º período e afirma que teria que voltar para o 6.º em caso de transferência, porque as grades curriculares são muito diferentes no Rio.

"Vou precisar pagar duas faculdades." O coordenador do DCE da Gama Filho, Anderson Diniz, disse que o objetivo da conversa com Dilma é conseguir "federalizar" as universidades. "Sabemos que é possível, o Lula já fez isso." Segundo ele, a situação piorou após a entrada do grupo Galileu.

"Com os atrasos nos pagamentos de professores, tivemos três greves só este ano. Queremos a saída da Galileu. Foi uma covardia o que o MEC fez." Cartazes foram colados na sede do centro: "Queremos solução; descredenciamento não"; "Governo e Grupo Galileo contra a Educação"; "Mercadante é um covarde!"

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Rio - Dirigentes da UniverCidade e da Gama Filho, que foram descredenciadas nesta segunda-feira, 13, pelo Ministério da Educação (MEC), recusaram-se nesta terça-feira, 14, a receber representantes dos 9,5 mil alunos das instituições.

Os portões de todas as unidades foram fechados e o único canal de comunicação oferecido pelo grupo Galileo, responsável pelas universidades, é um email (reitoria@ugf.br). No entanto, apenas 15 funcionários trabalham na chamada "força-tarefa" anunciada nesta terça para atender aos pedidos de informação e de transferência.

Revoltados com a situação, cerca de 150 estudantes fizeram uma manifestação na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, contra a decisão do MEC e o Galileo. Um grupo foi a Brasília para tentar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff e propor uma solução alternativa. No início da tarde, alunos foram impedidos de entrar na unidade do centro em que seria realizada uma entrevista com o presidente do Galileo Educacional, Alex Porto, que atacou o governo federal e pediu "paciência" aos alunos.

"Tenham um pouco de paciência, estamos trabalhando na reversão dessa situação. A decisão do MEC foi injusta, ilegal, arbitrária e esdrúxula. Coloca em risco o emprego de 3 mil trabalhadores e cria instabilidade social. Estamos ingressando na Justiça. Queremos pedir desculpas. Estamos em processo de reestruturação nos últimos 12 meses e vamos regularizar a situação. Os ativos imobiliários são a principal garantia", disse Porto.

Ele afirmou que outras instituições privadas também estão com problemas financeiros, com atrasos nos pagamentos de professores, e não foram descredenciadas. "Faltou isonomia." Segundo ele, o grupo tem dívida total de R$ 900 milhões e imóveis avaliados em R$ 1 bilhão.

Porto reconheceu que a situação financeira é "delicada", com mais despesas do que receitas, mas não revelou o déficit financeiro mensal. "Recuperação não se resolve em 12 meses. O plano de capitalização está em curso e depende de ajustes, mas temos convicção de que será finalizado", declarou. Ele afirmou que inadimplentes terão acesso à documentação.


Fundada em 1939, a Gama Filho é uma das mais tradicionais do País. Antigos donos da universidade afirmaram que vão tentar anular a transferência para o Galileo, em 2011. Os 1.600 professores das duas universidades estão sem receber salário pelo menos desde setembro e, agora, potencialmente desempregados.

"Roubaram cinco anos da minha vida. Não sei o que vou fazer. Trabalhei cinco anos para pagar a faculdade e não tenho como pagar outra", disse a operadora de telemarketing Fernanda Silva Freitas, que está no último período de história. "O MEC alega que fechou por causa da má qualidade, mas o meu curso está entre os três mais bem avaliados no Rio, com nota máxima.

Nas duas universidades, o cenário atual é de caos. Cadáveres em decomposição por falta de formol e notas não lançadas que ameaçam o ano letivo de alunos são alguns dos problemas. Para estudantes, o descredenciamento foi a pior solução. Guilherme Pereira, de 20 anos, aluno de direito, está no 9.º período e afirma que teria que voltar para o 6.º em caso de transferência, porque as grades curriculares são muito diferentes no Rio.

"Vou precisar pagar duas faculdades." O coordenador do DCE da Gama Filho, Anderson Diniz, disse que o objetivo da conversa com Dilma é conseguir "federalizar" as universidades. "Sabemos que é possível, o Lula já fez isso." Segundo ele, a situação piorou após a entrada do grupo Galileu.

"Com os atrasos nos pagamentos de professores, tivemos três greves só este ano. Queremos a saída da Galileu. Foi uma covardia o que o MEC fez." Cartazes foram colados na sede do centro: "Queremos solução; descredenciamento não"; "Governo e Grupo Galileo contra a Educação"; "Mercadante é um covarde!"

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