Unicamp terá tecnologia contra "colas eletrônicas"
Sistema promete detectar qualquer sinal de celular, via Wi-Fi ou Bluetooth, ou de radiofrequência
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de novembro de 2017 às 09h27.
Campinas - As provas da 1.ª fase do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que serão aplicadas hoje, terão uma novidade. A instituição vai testar um sistema contra "cola eletrônica", que promete detectar qualquer sinal de celular, via Wi-Fi ou Bluetooth, ou de radiofrequência.
Os sinais serão captados por uma rede de sensores instalada nas salas e nos banheiros dos locais do exame, que fica conectada a um software em nuvem. Esse software transfere as informações, em tempo real, para uma central de controle, que mostra a frequência do sinal, local, hora e até a operadora. Aparelhos não homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também podem ser detectados.
A tecnologia já foi testada no último domingo, em menor escala, nas provas de residência médica da Unicamp. Para o vestibular, o sistema será testado só nas 19 salas da Unicamp, em Campinas. O locais das outras 31 cidades paulistas que recebem o exame não terão a tecnologia.
"O vestibular da Unicamp, por sua credibilidade e compromisso, tem de antever esse tipo de tentativa de fraude. Por esse primeiro experimento (na prova de residência médica), o indício é bastante favorável", diz José Alves de Freitas Neto, coordenador executivo da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp.
Além da nova tecnologia, a universidade possui detectores de metal em alguns banheiros e nos acessos aos prédios.
Neste ano, a Unicamp teve recorde de inscrições: 83.782 candidatos disputarão 3.340 vagas em 70 cursos de graduação. A prova tem 90 questões e o tempo máximo de resolução é de cinco horas.
Enem
Neste ano, o Ministério da Educação (MEC) usou detectores de ponto eletrônico para identificar quem tenta usar pontos eletrônicos ou aparelhos de transmissão.
O novo recurso é um receptor avançado de detecção de campo próximo, capaz de identificar a emissão de sinais em radiofrequência de Wi-Fi, Bluetooth, celulares e transmissões ilegais. O MEC também usou detectores de metal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.