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Unicamp batiza prédio da Faculdade de Educação com o nome de Paulo Freire

O filósofo e educador Paulo Freire deu aulas no prédio batizado com seu nome entre 1981 a 1991

Paulo Freire: a homenagem foi uma iniciativa dos estudantes do mestrado da faculdade (Professor Paulo Freire/Facebook/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de maio de 2019 às 14h54.

Última atualização em 29 de maio de 2019 às 14h54.

A Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ) batizou o prédio principal da Faculdade de Educação, uma das mais conceituadas da área no país, com o nome do educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997), que nos últimos anos vem sendo criticado por grupos conservadores e apareceu até mesmo no programa de governo de Jair Bolsonaro , que diz querer "expurgar Freire das escolas brasileiras".

A homenagem foi uma iniciativa dos estudantes do mestrado profissional da faculdade. Eles propuseram batizar o prédio, onde Freire foi professor por dez anos (de 1981 a 1991) no Departamento de Ciências Sociais na Educação.

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Nima Spigolon, coordenadora do mestrado profissional, explicou que a nomeação seguiu todo o processo institucional, com a coleta de 800 assinaturas de docentes, estudantes e funcionários. A proposta depois foi encaminhada para aprovação na instância máxima da unidade, a congregação da faculdade.

Críticas

Em 2012, foi concedido a Freire o título de patrono da educação brasileira. Grupos conservadores tentaram anular no congresso o título, mas a iniciativa foi derrubada em 2017.

Bolsonaro ainda durante a campanha eleitoral já criticava o educador e seu método de alfabetização. O presidente chegou até mesmo a anunciar que deseja mudar o patrono da educação brasileira.

Apesar dos ataques de Bolsonaro e conservadores, o método e filosofia de Freire exercem forte influência em algumas das melhores escolas do País. Além disso, ele é o intelectual brasileiro mais reconhecido em todo o mundo.

O principal livro de Freire, "Pedagogia do Oprimido", está entre as cem obras mais citadas em língua inglesa, segundo o Google Scholar, ferramenta de literatura acadêmica. É o único brasileiro nessa lista. Na área de educação, aparece como o segundo com o maior volume de citações científicas (72,4 mil).

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