Brasil

Um dia após ser multado, Alckmin vai a evento religioso

Governador participou da abertura do 3º Salão Internacional Gospel em São Paulo


	O governador de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB)
 (Divulgação/Facebook/Geraldo Alckmin)

O governador de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB) (Divulgação/Facebook/Geraldo Alckmin)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 19h08.

São Paulo - Um dia depois de ter sido multado em R$ 4 mil pela Justiça Eleitoral por conta de suas visitas a templos evangélicos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou nesta quinta-feira, 18, da abertura do 3º Salão Internacional Gospel em São Paulo.

Alckmin sofreu o revés jurídico pois, segundo o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), o tucano realizou campanha eleitoral durante as visitas às igrejas, o que é vedado pela legislação.

A decisão tomada nessa quarta-feira pelo juiz auxiliar Cauduro Padin acolheu uma representação movida pela coligação "São Paulo quer o melhor", do candidato do PMDB ao governo estadual, Paulo Skaf.

Nesta quinta, o governador esteve com pastores evangélicos durante a abertura do Salão Gospel. Ele cortou a fita que simbolizava o início da feira e fez duas orações com os pastores. De olhos fechados, Alckmin abaixou a cabeça e respondeu "amém" durante a pregação do reverendo Paulo Siqueira, da Igreja Quadrangular.

A decisão do TRE-SP também foi fundamentada por reportagens sobre as visitas de Alckmin às igrejas. Para o juiz, o discurso proferido por ele nessas ocasiões visava "a empatia dos presentes".

"Ademais, qual o outro objetivo teria o candidato representado ao comparecer a determinado culto religioso frequentado por um grande número de pessoas, utilizando-se da palavra para expor suas realizações, senão a obtenção do voto? Sobretudo na iminência do pleito eleitoral?", questiona o magistrado.

"O discurso, embora em tom religioso, mas subliminarmente político, visa a empatia dos presentes. Em outras palavras, se fazer visto e agradar esse nicho de eleitores."

A representação leva em consideração dois eventos religiosos nos quais o governador participou. Em julho deste ano Alckmin chegou a subir no palco da igreja Sara Nossa Terra ao lado do ex-governador e candidato a senador na chapa, José Serra recebeu a bênção do bispo Robson Rodovalho.

Em outra ocasião, no dia 11 de setembro, Alckmin foi a um evento com cerca de 400 pastores de uma igreja neopentecostal onde subiu no púlpito e discursou para o grupo.

"Eu vim pedir as orações de vocês. Nós somos parceiros e iremos trabalhar juntos no trabalho social das igrejas, procurando apoiar quem mais precisa", segundo trecho da decisão.

Pela legislação, são proibidas propagandas eleitorais em bens de uso comum, isto é, locais que são abertos ao público, como lojas, clubes e, sobretudo, templos religiosos. Procurada, a assessoria de imprensa da campanha de Alckmin afirmou que ele vai recorrer da decisão.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2014Geraldo AlckminGovernadoresOposição políticaPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSDB

Mais de Brasil

STF nega liberdade condicional a ex-deputado Daniel Silveira

Três pessoas morrem soterradas em Taubaté, no interior de São Paulo

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial

Pacote fiscal: Lula sanciona mudanças no BPC com dois vetos