Um ano depois do impeachment, Dilma está de volta
A ex-presidente Dilma Rousseff convocou para esta quinta-feira um ato em memória de sua saída, no Rio de Janeiro
EXAME Hoje
Publicado em 31 de agosto de 2017 às 06h37.
Última atualização em 31 de agosto de 2017 às 08h26.
Há um ano, o Senado Federal confirmava por um placar de 61 a 20 o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff (PT). A derrubada da petista aconteceu um ano e oito meses depois de ela ser empossada em seu segundo mandato e quase nove meses depois do início do processo, deflagrado pelo então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Interino desde maio, Michel Temer (PMDB) assumiu em definitivo.
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A ex-presidente Dilma Rousseff convocou para esta quinta-feira um ato em memória de sua saída, às 18 horas, no Rio de Janeiro. “Dilma Rousseff, afastada da presidência da república sem crime de responsabilidade em 31 de agosto de 2016, faz balanço de um ano do golpe e projeta o futuro”, diz o convite em sua página oficial no Facebook. Além da presença da própria ex-presidente, artistas simpáticos à causa também estarão presentes, como o cantor Chico Buarque.
A ideia é bombardear os acontecimentos do ano que passou sob a batuta de Michel Temer, às vésperas da nova denúncia que deve ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República na semana que vem. Nestes 365 dias, Temer perdeu quase uma dezena de ministros, teve uma porção de aliados presos pela Operação Lava-Jato e quase caiu ao ser pego em um grampo com o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, por ter sugerido um aliado para tratar de assuntos de interesse com o empresário. O aliado é Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente e ex-deputado federal, que foi flagrado com uma mala de dinheiro, contendo 500.000 reais em espécie.
O interessante mesmo deve ser o que Dilma falará sobre o futuro – dela e do partido. Não há qualquer indício de que o PT pretenda fazer qualquer mea culpa sobre seus erros. Pelo contrário: a ideia é reforçar a tese de perseguição ao partido e elevar o nome de Luiz Inácio Lula da Silva como pré-candidato perseguido à Presidência em 2018. Permanece o discurso de que a missão final do “golpe” é inviabilizar a candidatura de Lula. A adesão ao evento vai mostrar se a estratégia tem alguma chance de colar fora dos redutos mais fieis do petismo.