Um ano depois, as questões em aberto da tragédia da Chape
Setenta e uma pessoas morreram no acidente e seis foram resgatadas com vida, incluindo três jogadores do clube
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2017 às 06h54.
Última atualização em 28 de novembro de 2017 às 07h37.
Há exatamente um ano ocorria a maior tragédia da história com uma delegação esportiva. O voo com convidados, jornalistas, jogadores e dirigentes da Associação Chapecoense de Futebol caiu próximo ao Cerro El Gordo, quando se aproximava do aeroporto de Rionegro, nos arredores de Medellín, na Colômbia, às 21h58 na hora local (23h58 do Brasil).
A Chapecoense viajava para a cidade colombiana para disputar a final da Copa Sulamericana – sua primeira final internacional da história – contra o Atlético Nacional.
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Setenta e uma pessoas morreram no acidente e seis foram resgatadas com vida, incluindo três jogadores do clube – Neto, Alan Ruschel e Jakson Follmann.
Desde então, algumas questões foram respondidas, mas outras tantas continuam em aberto.
Os responsáveis pelo voo, que era operado pela empresa LaMia, cometeram uma série de irregularidades em relação ao plano inicial e a autonomia da aeronave, o que acabou ocasionando o acidente devido a falta de combustível.
A princípio, o piloto Miguel Quiroga, que era sócio da empresa, seria o responsável direto pela queda.
Em uma investigação apresentada no início do mês, o Ministério Público de Santa Catarina entendeu que a companhia não era propriedade dos donos informados às autoridades da Bolívia, o piloto e Marco Antonio Rocha, que está foragido desde então.
De acordo com o MP-SC, a aeronave pertenceria a Loredana Albacete, filha do ex-senador boliviano Ricardo Albacete. A assinatura dela foi encontrada no contrato de locação do voo feito pela Chapecoense. Áudios revelados por jornais bolivianos confirmam a versão e apontam uma tentativa de esconder os verdadeiros donos da empresa.
Desde o acidente, nenhuma indenização foi paga. A Chapecoense pagou os seguros obrigatórios que eram de sua responsabilidade, mas é cobrada pelos familiares das vítimas.
A seguradora da LaMia, a boliviana Bisa, se recusou a pagar o seguro de 25 milhões de dólares alegando que o piloto escolheu deliberadamente voar sem combustível suficiente para o voo.
Ofereceu 200.000 dólares aos parentes de cada vítima por “razões humanitárias”, desde que eles deixem de entrar na justiça contra pessoas ligadas à empresa.
Como o avião era o único da empresa na Bolívia, encontrar os verdadeiros donos da LaMia pode ajudar a pagar as indenizações às famílias.
Em campo, a Chapecoense conseguiu se recuperar da tragédia. Foi campeã catarinense neste ano menos de seis meses depois do acidente.
Fez uma boa campanha na Libertadores da América, a competição mais importante que já disputou, mas foi desclassificada pela escalação irregular de um jogador.
No Campeonato Brasileiro, ocupa a nona posição e ainda tem chances de se classificar para a Libertadores de 2018.