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Um ano de Operação Lava Jato em números

Estima-se que R$ 4 bilhões tenham sido desviados, mais de 500 investigados e 49 políticos envolvidos: veja os números da maior investigação contra corrupção da história do país


	R$ 4 bilhões desviados, mais de 500 investigados e 49 políticos envolvidos: veja os números da maior investigação contra corrupção da história do país
 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

R$ 4 bilhões desviados, mais de 500 investigados e 49 políticos envolvidos: veja os números da maior investigação contra corrupção da história do país (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 06h12.

São Paulo - A Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, completa nesta terça-feira um ano de atuação. Neste período, executivos das mais importantes empreiteiras do país foram para a cadeia e 34 membros do Congresso Nacional se tornaram alvo de investigação do Ministério Público

Segundo o procurador Deltan Dallagnol, um dos responsáveis pela investigação, as descobertas feitas pelo MP e pela Polícia Federal indignaram o país, mas ainda são necessários atos concretos de transformação. 

"Nós não vemos essa corrupção endêmica como um fenômeno ligado a um partido A ou B. É um fenômeno pluripartidário e, por isso, é preciso mudar as estruturas. É preciso enfrentar as condições que propiciam que a corrupção aconteça através de mudanças em nosso sistema político e na justiça criminal", disse Dallagnol durante a apresentação do balanço do primeiro ano da investigação.

Veja a seguir os números da maior investigação contra corrupção na história do país:

Esquema desviou cerca de 4 bilhões de reais

Segundo o Ministério Público, ainda não há uma estimativa oficial de quanto foi desviado dos contratos na Petrobras. Mas o cálculo aproximado é de que os desvios tenham sido da ordem dos 4 bilhões de reais.

Para chegar a este número, o procurador Deltan Dallagnol levou em consideração que todos os contratos da diretoria de Abastecimento durante a gestão de Paulo Roberto Costa - que tiveram a intermediação da diretoria de Serviços - tiveram um acréscimo de 3% destinados a propina. "A investigação ainda está em andamento, este valor pode aumentar", disse Dallagnol. 

103 pessoas foram denunciadas

Desde o dia 17 de março de 2014, o MPF já denunciou 103 pessoas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico transnacional de drogas, crimes contra o sistema financeiro nacional, entre outros. No total, 485 pessoas e empresas estão sendo investigadas por envolvimento no esquema. 

Já foram deflagradas 10 fases da operação

Nos últimos 12 meses, a PF deflagrou 10 fases da Operação Lava Jato. Nelas foram cumpridos 71 mandados de prisão. 

182 milhões de reais já foram repatriados

Como o esquema envolvia lavagem de dinheiro para contas no exterior, o Ministério Público Federal firmou acordos internacionais com 36 países para viabilizar a investigação fora das fronteiras nacionais e repatriar a quantia enviada ilegalmente.

Até agora, já foram repatriados 182 milhões de reais. Este valor estava nas contas do exterior do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Segundo a PF, esse é o maior valor já repatriado na história do Brasil. 

500 milhões de reais já foram devolvidos aos cofres públicos

Doze acordos de delação premiada já foram acertados com investigados na Operação Lava Jato. Além de se comprometerem a contar o que sabiam sobre o esquema, os delatores também terão que devolver cerca de 500 milhões de reais aos cofres públicos. 

PT recebeu 4,2 milhões de reais em propina

Segundo a investigação do MPF, o Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu cerca de 4,2 milhões de reais em propinas disfarçadas de doações oficiais ao partido.

As doações eram feitas por empresas a pedido de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, após acertar valores com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços.

João Vaccari, que foi denunciado nesta segunda-feira, era quem indicava as contas dos diretórios onde os depósitos deveriam ser feitos - a maior parte doi doada ao diretório nacional.  

Denunciados podem pegar 117 anos de prisão

Uma estimativa feita pelo procuradores que acompanham o caso mostra que, caso sejam condenados por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, a pena para os denunciados pode chegar a 117 anos de prisão. 

52 políticos serão investigados por suposto envolvimento no esquema

O Supremo Tribunal Federal autorizou que 49 políticos sejam investigados por possível envolvimento no esquema de corrupção na estatal. Dentre os investigados estão o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB.

Ao todo, são 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados, dois ex-governadores e dois governadores.

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