U$ 3,4 bi em propina; Pepsico quer Vigor…
A conta da propina: U$ 3,4 bi O departamento de propinas da Odebrecht pagou 3,39 bilhões de dólares entre 2006 e 2014 em vantagens indevidas para os mais variados propósitos. A soma foi revelada pelo antigo funcionário do setor de operações estruturadas Hilberto Mascarenhas em depoimento para a ação contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal […]
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2017 às 06h26.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h26.
A conta da propina: U$ 3,4 bi
O departamento de propinas da Odebrecht pagou 3,39 bilhões de dólares entre 2006 e 2014 em vantagens indevidas para os mais variados propósitos. A soma foi revelada pelo antigo funcionário do setor de operações estruturadas Hilberto Mascarenhas em depoimento para a ação contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos detalhes começaram a vir a público nesta terça-feira. De acordo com o executivo, cerca de 80% do valor destinou-se a propinas e obras no exterior, especialmente na África e na América Latina. Outros 20% do montante foram destinados a pagamentos de contas de partidos políticos brasileiros nas campanhas eleitorais via caixa dois. Pelo relato, os valores cresceram ano a ano até a deflagração da Operação Lava-Jato. Foram 60 milhões de dólares em 2006, chegando ao pico de 750 milhões em 2013. Em 2014, mesmo com a Lava-Jato já nas ruas, foram repassados 450 milhões de dólares.
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Raupp é réu na Lava-Jato
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) virou réu na Operação Lava-Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal recebeu denúncia contra o peemedebista que o acusa de ter receptado propina por meio de doações oficiais registradas no Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Raupp recebeu 500.000 reais da construtora Queiroz Galvão na campanha de 2010, originados de contratos que a empresa mantinha com a Petrobras. Receber a propina por doações de campanha caracterizariam a lavagem de dinheiro. O voto do relator Edson Fachin foi seguido por Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram para receber a denúncia apenas em relação ao crime de corrupção passiva.
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Ministros empossados
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer deu posse aos novos ministros da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O primeiro substitui Alexandre de Moraes, indicado à vaga no Supremo Tribunal Federal, e o segundo, José Serra (PSDB-SP), que pediu exoneração por problemas de saúde. Ao nomear parlamentares para cargos no Executivo, Temer exaltou a “união” entre os poderes, caracterizando seu governo como um “semiparlamentarismo”. “Estou vendo a presença maciça no Congresso na posse de dois colegas. (…) Todas as conquistas que tivemos até o presente momento deram-se pela integração do Executivo com o Legislativo”, disse.
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Novas concessões
O governo Temer anunciou nesta terça-feira um novo pacote de concessões, com 55 projetos para exploração da iniciativa privada. Essa é uma segunda fase do Projeto Crescer, que havia marcado leilão de 34 projetos, incluindo o de quatro aeroportos no dia 16 de março. Serão 35 linhas de transmissão de energia, uma rodovia (BR-101), quatro portos e 15 companhias de saneamento. Outros sete portos, cinco ferrovias e três rodovias serão relicitados ou renovados. A ideia do governo é que sejam investidos 45 bilhões de reais nos novos projetos.
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Recessão histórica
Depois que o IBGE divulgou nesta manhã os dados do PIB de 2016, foi confirmado: com o segundo ano de queda da economia, estamos na pior recessão desde 1930. A queda do PIB foi de 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016 e o IBGE confirmou a queda acumulada de 7,2%. O resultado trimestral, de queda de 0,9%, abaixo do que esperavam analistas, foi o pior entre 38 países, segundo ranking divulgado hoje pela Austin Ratings. De acordo com as contas do instituto, o PIB encerrou 2016 no mesmo nível do terceiro trimestre de 2010. Em termos per capita, o PIB teve o terceiro ano de queda: o recuo foi de 4,4% em termos reais, terminando 2016 em 30.407 reais per capita. Em 2015, o indicador havia cedido 4,6% e, em 2014, 0,4%.
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Pepsico e Vigor
A fabricante de alimentos americana Pepsico negocia a compra da companhia de lácteos Vigor, controlada pelo grupo J&F, informa o jornal Valor. A Pepsico fez duas ofertas para comprar a Vigor, avaliada em 6 bilhões de reais, mas ainda não houve acordo. A J&F, segundo o jornal, está decidida a vender a vigor para se concentrar em outras unidades de negócio, como o banco Original. O grupo controla ainda o frigorífico JBS, a fabricante de papel e celulose Eldorado e a Alpargatas, dona das sandálias Havaianas.
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Trumpcare
Líderes republicanos e o presidente americano Donald Trump apresentaram um novo sistema para substituir o Obamacare (projeto de subsídios para contratação de planos de saúde criado pelo ex-presidente Barack Obama). Chamado de American Health Care Act, a lei corta alguns dos subsídios para cidadãos de baixa renda e dá às seguradoras a opções de cobrar mais caro de clientes com muitos problemas de saúde — ainda que, como o Obamacare, impeça as empresas de rejeitarem esses clientes. Mas o texto foi criticado até mesmo por republicanos, pois como o “Trumpcare” não obrigada as pessoas saudáveis a terem um plano — ao contrário do Obamacare —, a preocupação é que a ausência desses clientes jovens possa tornar os planos mais caros para todos. O texto ainda será discutido na Câmara e no Senado.
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A CIA no seu WhatsApp
A organização de divulgação de documentos WikiLeaks liberou em seu site mais de 8.000 documentos que mostram que telefones e outros eletrônicos teriam sido hackeados pela CIA, agência de inteligência americana. A agência teria desenvolvido um método para invadir os sistemas de segurança de mensagens enviadas por aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram. Se confirmada a veracidade das informações, esse será o maior vazamento de dados do governo americano desde que o ex-agente da CIA, Edward Snowden, revelou um grande programa de espionagem em 2013. Snowden disse no Twitter que o sistema abre brechas para que celulares sejam invadidos não só pelo governo, mas por qualquer hacker na internet.
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Fillon: outra denúncia
Não bastassem as acusações de que teria pago salários a sua esposa sem que ela tenha trabalhado, o candidato conservador à Presidência francesa François Fillon teve uma nova acusação de corrupção revelada nesta terça-feira. O político teria recebido um empréstimo de 50.000 euros de um empresário em 2013, mas não o declarou à Receita Federal francesa, o que é ilegal. A denúncia foi feita pelo mesmo jornal que revelou o esquema dos supostos pagamentos à mulher de Fillon.