Brasil

Turistas destacam hospitalidade e organização na Rio-2016

Eles elogiam a beleza do Rio e a receptividade dos brasileiros, mas criticam a pobreza e a remoção de populações das favelas para as obras olímpicas

Turistas: Estrangeiros citam as belezas do Rio e a receptividade dos brasileiros (REUTERS/Nacho Doce)

Turistas: Estrangeiros citam as belezas do Rio e a receptividade dos brasileiros (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2016 às 09h57.

Os pequenos problemas na organização dos Jogos Olímpicos nos primeiros dias, com filas imensas para entrar e comer nas arenas olímpicas ou eventuais casos de criminalidade não afetaram a percepção da maioria dos turistas estrangeiros que vieram ao Rio.

As belezas da cidade e a receptividade do povo brasileiro foram citadas como os pontos altos do evento. Entre os pontos negativos estão a pobreza e a as remoções de população nas favelas para obras olímpicas.

“Os jogos estão muito bonitos e bem organizados. O mais positivo é o alto astral entre argentinos e brasileiros, a organização e o transporte público. Não vejo nada de negativo”, disse o economista Sebastian Brudelson. Ele veio de Buenos Aires com o pai, o operador turístico Alex Brudelson, e juntos compraram ingressos para ver 12 modalidades olímpicas.

Segundo Alex, o único ponto a ser melhorado é a diminuição da pobreza na cidade. “É preciso melhorar a distância social, mas esse não é um problema do Rio, é de todo o Brasil. Só isso. Está tudo jóia, gostamos muito dos jogos. O único problema é que o Brasil ganhou da Argentina no vôlei”, disse ele, que está hospedado no Morro do Vidigal e curtia a festa no Boulevard Olímpico, na Praça Mauá.

O britânico Norman Brierlew também fez elogios à cidade e aos jogos. “Está tudo indo bem. Eu gostei de todas as competições a que assisti. O ponto negativo foi o transporte, tem que ter muito cuidado com as escolhas, se táxi, ônibus, metrô. O melhor são os jogos e atmosfera”, disse ele, que é de Somerset.

Norman, que atua como comentarista esportivo, está pela primeira vez no Brasil e disse não ter medo de entrar no mar, apesar das matérias que advertiam para o perigo de contaminação: “Não tenho medo de ir à praia, pois não posso voltar à Inglaterra e dizer que não tomei um banho de mar em Copacabana” Norman Brierlew.

Para o americano Jack, que preferiu não falar o sobrenome, as pessoas e a hospitalidade são o ponto alto da cidade. A questão da criminalidade não o impressionou. “No início, achei que não estaria em segurança, mas agora me sinto tranquilo. O Rio deve ter orgulho do que conseguiu realizar. Eu ainda não vi nada de negativo. O melhor é a diversidade cultural, com pessoas diferentes, e as belezas naturais”, disse Jack, que trabalha em uma editora esportiva em Chicago.

Ele veio com o colega de trabalho Scott, que também não quis dizer o sobrenome, mas elogiou bastante o clima da capital fluminense. “Está sendo fantástico, a cultura, as paisagens. Muita diversão. A gente ouve muito sobre crime e possibilidade de ser roubado, mas eu realmente me sinto seguro. Eu voltarei aqui com 100% de certeza, quero aprender mais português”, disse Scott.

O cabeleireiro americano Dubai Johnson, que disse ter vários clientes famosos, entre artistas e atletas, estava pela segunda vez no Rio. Apesar de ressaltar as belezas da cidade, ele considerou como ponto negativo as notícias que leu na imprensa sobre remoções de comunidades para a construção de algumas arenas olímpicas. “É uma grande cidade. Eu recomendo a todos. O ponto negativo é o reflexo que as obras olímpicas fizeram com algumas comunidades, que foram removidas de seus locais de origem”, disse Dubai, enquanto tirava fotos dos aros olímpicos instalados na Praia de Copacabana.

A polonesa Justina Woya também ressaltou os contrastes da cidade e a falta de informação: “A cidade é muito bonita, mas a gente consegue ver muitos contrastes. De um lado, prédios lindos e, do outro, a favela”

Segundo estimativas do Ministério do Turismo, o Brasil recebeu, de 1º de julho a 15 de agosto, 541 mil turistas estrangeiros.

*Colaborou Ligia Souto, repórter das Rádios EBC

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