Turismo durante Rio+20 gera R$ 247 milhões
Evento mostrou a capacidade do Rio de Janeiro em receber os 110 mil visitantes que estiveram na cidade durante os dez dias da Conferência
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2012 às 21h10.
Rio de Janeiro - Se a Rio+20 não alcançou os resultados esperados quanto a medidas concretas em prol da sustentabilidade, ao menos mostrou a capacidade do Rio de Janeiro em receber os 110 mil visitantes que estiveram na cidade durante os dez dias da Conferência e geraram um rendimento extra de R$ 247 milhões ao setor turístico. "A cidade não precisa mais testar. Ela já está sendo testada e está passando no teste", avalia o presidente da Riotur, Pedro Guimarães. Redução na taxa de criminalidade, trânsito inferior às médias históricas e ampliação das operações de atendimento ao turista foram alguns dos saldos positivos deixados pela Conferência para a cidade.
Embora os quase 1,2 mil deslocamentos de comitivas e o aumento do fluxo de veículos fretados, além das diversas manifestações, tenham provocado congestionamento em alguns pontos, a cidade registrou trânsito abaixo da média histórica do município, com redução de até 27% do tempo de deslocamento em alguns locais. Resultado não só de estratégias implementadas pela CET-Rio, mas também da adoção de ponto facultativo nos três últimos dias da Conferência.
Houve pontos positivos também na área de sustentabilidade, especialmente em uso de biocombustíveis e gestão de resíduos. Dos 380 ônibus fretados em circulação, 31 deles (8%) funcionaram com combustíveis alternativos. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e as cooperativas de catadores realizaram a coleta seletiva de quase um terço das 144 toneladas de lixo recolhidas nos eventos oficiais e paralelos durante os dez dias da Conferência - isso numa cidade que recicla menos de 1% de todo o seu lixo produzido.
As regiões onde ocorreram atividades ligadas à Rio+20 registraram quedas bruscas nas ocorrências de homicídio doloso (quando há intenção de matar), roubos de veículos e roubos de rua durante o evento em comparação ao mesmo período de 2011. No caso de homicídio, houve uma redução de até 80% na comparação entre os dois períodos. A área de monitoramento diário das estatísticas englobou 18 delegacias da cidade na região central, na zona sul, no aeroporto internacional e nos bairros da zona oeste onde houve grande circulação de delegações. A principal causa para essa queda, apontam especialistas, foi o superpoliciamento nessas áreas: cerca de 20 mil homens das Forças Armadas e das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar estavam envolvidos no esquema de segurança da conferência.
"Apesar de o Rio estar um canteiro de obras, a cidade respondeu muito bem", ressaltou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), Alfredo Lopes. A rede hoteleira, que obteve índice de ocupação de 95%, terá 10 mil novas vagas em 36 novos empreendimentos até os Jogos Olímpicos de 2016. A Abih estima que serão criados mais de 40 mil postos de trabalho diretos e indiretos até lá. "Muitos destes postos estão voltados à construção de hotéis, mas no futuro eles precisam ser qualificados para a operação do hotel, e esse é um desafio grande", avalia Lopes. A defasagem na capacitação no setor turístico foi sentida especialmente pelos estrangeiros. Embora tenha prestado atendimento a mais de 260 mil pessoas nos 16 postos de informação montados pela cidade, a Riotur pretende sanar um dos principais problemas enfrentados na Rio+20: a ausência de atendentes bilíngues.
Ainda neste ano será ampliado o programa municipal Rio Hospitaleiro, que em 2011 capacitou 3 mil pessoas. De acordo com Guimarães, a ideia é oferecer treinamento não só ao setor hoteleiro, mas também a garçons, taxistas, policiais, guardas municipais e garis. "Vamos focar especialmente nos atendentes de serviço público, que estão na ponta, para que a cidade esteja pronta para mostrar sua capacidade de receber bem e com qualidade".
Rio de Janeiro - Se a Rio+20 não alcançou os resultados esperados quanto a medidas concretas em prol da sustentabilidade, ao menos mostrou a capacidade do Rio de Janeiro em receber os 110 mil visitantes que estiveram na cidade durante os dez dias da Conferência e geraram um rendimento extra de R$ 247 milhões ao setor turístico. "A cidade não precisa mais testar. Ela já está sendo testada e está passando no teste", avalia o presidente da Riotur, Pedro Guimarães. Redução na taxa de criminalidade, trânsito inferior às médias históricas e ampliação das operações de atendimento ao turista foram alguns dos saldos positivos deixados pela Conferência para a cidade.
Embora os quase 1,2 mil deslocamentos de comitivas e o aumento do fluxo de veículos fretados, além das diversas manifestações, tenham provocado congestionamento em alguns pontos, a cidade registrou trânsito abaixo da média histórica do município, com redução de até 27% do tempo de deslocamento em alguns locais. Resultado não só de estratégias implementadas pela CET-Rio, mas também da adoção de ponto facultativo nos três últimos dias da Conferência.
Houve pontos positivos também na área de sustentabilidade, especialmente em uso de biocombustíveis e gestão de resíduos. Dos 380 ônibus fretados em circulação, 31 deles (8%) funcionaram com combustíveis alternativos. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e as cooperativas de catadores realizaram a coleta seletiva de quase um terço das 144 toneladas de lixo recolhidas nos eventos oficiais e paralelos durante os dez dias da Conferência - isso numa cidade que recicla menos de 1% de todo o seu lixo produzido.
As regiões onde ocorreram atividades ligadas à Rio+20 registraram quedas bruscas nas ocorrências de homicídio doloso (quando há intenção de matar), roubos de veículos e roubos de rua durante o evento em comparação ao mesmo período de 2011. No caso de homicídio, houve uma redução de até 80% na comparação entre os dois períodos. A área de monitoramento diário das estatísticas englobou 18 delegacias da cidade na região central, na zona sul, no aeroporto internacional e nos bairros da zona oeste onde houve grande circulação de delegações. A principal causa para essa queda, apontam especialistas, foi o superpoliciamento nessas áreas: cerca de 20 mil homens das Forças Armadas e das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar estavam envolvidos no esquema de segurança da conferência.
"Apesar de o Rio estar um canteiro de obras, a cidade respondeu muito bem", ressaltou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), Alfredo Lopes. A rede hoteleira, que obteve índice de ocupação de 95%, terá 10 mil novas vagas em 36 novos empreendimentos até os Jogos Olímpicos de 2016. A Abih estima que serão criados mais de 40 mil postos de trabalho diretos e indiretos até lá. "Muitos destes postos estão voltados à construção de hotéis, mas no futuro eles precisam ser qualificados para a operação do hotel, e esse é um desafio grande", avalia Lopes. A defasagem na capacitação no setor turístico foi sentida especialmente pelos estrangeiros. Embora tenha prestado atendimento a mais de 260 mil pessoas nos 16 postos de informação montados pela cidade, a Riotur pretende sanar um dos principais problemas enfrentados na Rio+20: a ausência de atendentes bilíngues.
Ainda neste ano será ampliado o programa municipal Rio Hospitaleiro, que em 2011 capacitou 3 mil pessoas. De acordo com Guimarães, a ideia é oferecer treinamento não só ao setor hoteleiro, mas também a garçons, taxistas, policiais, guardas municipais e garis. "Vamos focar especialmente nos atendentes de serviço público, que estão na ponta, para que a cidade esteja pronta para mostrar sua capacidade de receber bem e com qualidade".