Turbinado pelo Datafolha, Haddad deve ser oficializado hoje pelo PT
O martelo foi batido nesta segunda-feira, em reunião do ex-prefeito de SP com Lula, na sede da Polícia Federal, em Curitiba
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2018 às 06h07.
Última atualização em 11 de setembro de 2018 às 10h48.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad , deve se tornar o candidato à presidência pelo PT nesta terça-feira, prazo final para a indicação do substituto de Luiz Inácio Lula da Silva , vetado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Manuela d’Ávila, do PCdoB, será a candidata a vice.
O martelo foi batido nesta segunda-feira, em reunião de Haddad e Lula na sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente está preso por corrupção passiva. Os detalhes finais de como será anunciada, e de como será divulgada, a substituição devem ser fechados apenas nesta terça-feira, quando a cúpula do partido se reúne na capital paranaense.
Tudo pode acontecer, inclusive nada. O partido estica a corda enquanto espera a definição de um último recurso, enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal. Os advogados do ex-presidente entraram com um pedido urgente no STF para que o prazo dado ao PT para substitui-lo como candidato do partido à Presidência da República fosse prorrogado para o dia 17, último dia previsto na legislação eleitoral. O pedido foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sábado passado.
Ainda não se sabe quando o STF analisará o pedido. Ontem, o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas voltou a afirmar que o Brasil deve garantir ao ex-presidente o direito de disputar as eleições de 2018. O órgão reiterou sua decisão de agosto, e destacou que o Estado brasileiro tem obrigação de cumprir sua determinação.
Dentro do partido, há quem trabalhe até para trocar o nome de Haddad. Segundo o G1, Gleisi Hoffmann, ainda não engoliu a escolha do ex-prefeito de São Paulo, e é quem mais tem feito força para que o PT insista nas batalhas judiciais. Ela e seus aliados rejeitam Haddad por compará-lo com a ex-presidente Dilma Rousseff, considerada uma escolha errada de Lula para candidatura à Presidência. Para esta ala, o melhor nome para assumir a candidatura era de Jacques Wagner, ex-ministro da Casa Civil.
Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo mostrou que Haddad é lembrado por muitos como o prefeito que priorizou a região central da capital paulista, e deixou de lado projetos mais periféricos. Além da população, o Ministério Público de São Paulo tem se mostrado contrário ao candidato. Na semana passada, Haddad foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo o MP-SP, ele teria recebido 2,6 milhões de reais da empreiteira UTC Engenharia para pagar uma dívida contraída durante a campanha à prefeitura, em 2012. Além de corrupção, ele também é acusado pelo Ministério por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.
Haddad ganhou fôlego ontem, com a divulgação da nova pesquisa Datafolha mostrando crescimento de 4% para 9% em suas intenções de voto. Com o avanço, Haddad embolou a disputa pelo segundo lugar na disputa. Haddad também mostrou força na disputa com Jair Bolsonaro no segundo turno: 39% para o petista, e 38% para o adversário.
Nesta terça-feira sai nova pesquisa, do Ibope. Novos números favoráveis devem afastar as dúvidas internas ao nome de Haddad.