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Trilho deformado causou acidente em Rio Preto, diz laudo

A conclusão está em laudo técnico do Instituto de Criminalística, divulgado nesta quarta-feira, 21, pela Polícia Civil

ALL: empresa deveria ter monitorado e solicitado obras para solucionar problema, diz perícia (José Gomercindo)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 18h40.

São José do Rio Preto - A deformação dos trilhos, provocada pelo rebaixamento do solo por infiltração da água de chuva e esgoto, causou o descarrilamento do trem da América Latina Logística ( ALL ) que matou oito pessoas no dia 24 de novembro de 2013, em São José do Rio Preto, no interior paulista.

A conclusão está em laudo técnico do Instituto de Criminalística, divulgado nesta quarta-feira, 21, pela Polícia Civil.

Segundo o laudo, a infiltração do esgoto e das águas, sem que fossem drenadas, causou ao longo do tempo um fenômeno chamado subsidência, que é o movimento de uma superfície à medida que ela se desloca para baixo.

Com isso, os trilhos rebaixaram 2,5 centímetros. Com o passar dos anos e a sobrecarga das composições, um dos trilhos se deformou, até que em novembro de 2013, as rodas não se encaixaram nele, causando o descarrilamento dos vagões.

O processo de infiltração, que durou anos; a movimentação dos trens, que passaram a circular com mais cargas; e as frenagens, que eram feitas em uma passagem de nível próxima ao local, colaboraram para provocar o rebaixamento do solo e, consequentemente, o acidente.

"Uma combinação de fatores resultaram no colapso do solo, provocando o rebaixamento do lastro, dos dormentes e dos trilhos", diz o perito William Luiz da Cruz Carvalho, que assina o laudo.

O laudo sugere que o problema poderia ter sido resolvido se houvesse drenagem do esgoto e da água de chuva pelo poder público e monitoramento da ALL para constatar a infiltração.

Segundo a perícia, a ALL deveria ter feito o monitoramento e solicitado da Prefeitura a realização das obras para solucionar o problema.

Os levantamentos do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), que embasaram o laudo, foram pagos pela ALL e demoraram três meses para serem concluídos.

Antes dele, a perícia já tinha realizado testes e ensaios para saber se a velocidade da composição, falha mecânica ou de manutenção poderiam ter causado o acidente.

Todos descartaram essas possibilidades, no entanto, a deformação de um dos trilhos, de cima para baixo, em forma vertical, fez com que os peritos procurassem a explicações sobre o desgaste e optassem por requisitar estudos do IPT, que constatou o problema de solo.

Além da Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e Federal e a Polícia Federal também receberam o laudo.

Nota da ALL

A ALL distribuiu nota na qual afirma que não teve acesso ao teor do laudo e que a movimentação de superfície apontada pela perícia vai "no mesmo sentido do estudo técnico realizado por órgãos oficiais independentes e peritos especializados solicitado pela ALL a pedido da ANTT, e concluído em fevereiro deste ano".

A nota diz ainda que a concessionária se reúne com administradores do município para adotar medidas de seguranças definitivas.

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São José do Rio Preto - A deformação dos trilhos, provocada pelo rebaixamento do solo por infiltração da água de chuva e esgoto, causou o descarrilamento do trem da América Latina Logística ( ALL ) que matou oito pessoas no dia 24 de novembro de 2013, em São José do Rio Preto, no interior paulista.

A conclusão está em laudo técnico do Instituto de Criminalística, divulgado nesta quarta-feira, 21, pela Polícia Civil.

Segundo o laudo, a infiltração do esgoto e das águas, sem que fossem drenadas, causou ao longo do tempo um fenômeno chamado subsidência, que é o movimento de uma superfície à medida que ela se desloca para baixo.

Com isso, os trilhos rebaixaram 2,5 centímetros. Com o passar dos anos e a sobrecarga das composições, um dos trilhos se deformou, até que em novembro de 2013, as rodas não se encaixaram nele, causando o descarrilamento dos vagões.

O processo de infiltração, que durou anos; a movimentação dos trens, que passaram a circular com mais cargas; e as frenagens, que eram feitas em uma passagem de nível próxima ao local, colaboraram para provocar o rebaixamento do solo e, consequentemente, o acidente.

"Uma combinação de fatores resultaram no colapso do solo, provocando o rebaixamento do lastro, dos dormentes e dos trilhos", diz o perito William Luiz da Cruz Carvalho, que assina o laudo.

O laudo sugere que o problema poderia ter sido resolvido se houvesse drenagem do esgoto e da água de chuva pelo poder público e monitoramento da ALL para constatar a infiltração.

Segundo a perícia, a ALL deveria ter feito o monitoramento e solicitado da Prefeitura a realização das obras para solucionar o problema.

Os levantamentos do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), que embasaram o laudo, foram pagos pela ALL e demoraram três meses para serem concluídos.

Antes dele, a perícia já tinha realizado testes e ensaios para saber se a velocidade da composição, falha mecânica ou de manutenção poderiam ter causado o acidente.

Todos descartaram essas possibilidades, no entanto, a deformação de um dos trilhos, de cima para baixo, em forma vertical, fez com que os peritos procurassem a explicações sobre o desgaste e optassem por requisitar estudos do IPT, que constatou o problema de solo.

Além da Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e Federal e a Polícia Federal também receberam o laudo.

Nota da ALL

A ALL distribuiu nota na qual afirma que não teve acesso ao teor do laudo e que a movimentação de superfície apontada pela perícia vai "no mesmo sentido do estudo técnico realizado por órgãos oficiais independentes e peritos especializados solicitado pela ALL a pedido da ANTT, e concluído em fevereiro deste ano".

A nota diz ainda que a concessionária se reúne com administradores do município para adotar medidas de seguranças definitivas.

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