Repórter
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 15h11.
Última atualização em 17 de dezembro de 2025 às 15h21.
Os sindicatos de trabalhadores dos Correios de algumas das maiores bases da estatal aprovaram uma greve geral por tempo indeterminado, que entrou em vigor às 22h.
As paralisações ocorreram em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba, com o apoio das respectivas direções sindicais locais. Em São Paulo, a greve foi aprovada contra a orientação da direção sindical estadual. Além dessas, também foram decretadas paralisações nas bases de Vale do Paraíba (SP), Campinas (SP), Santos (SP) e Londrina (PR).
As greves foram decididas após assembleias locais de cada base. Nos últimos 15 dias, diversas associações de trabalhadores dos Correios em todo o país já haviam aprovado indicativos de greve, em razão da falta de acordo entre as representações sindicais e a estatal sobre o novo ACT (acordo coletivo de trabalho).
Outros 12 sindicatos mantiveram o estado de greve, que é um alerta de que os trabalhadores estão se preparando para a paralisação. Esses sindicatos estão localizados em Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Roraima, Santa Maria (RS), Juiz de Fora (MG) e Bauru (SP).
Os trabalhadores exigem reajustes salariais e a concessão do "vale-peru", um benefício de fim de ano no valor de R$ 2.500. Eles também cobram ajustes sobre a inflação, além da manutenção de benefícios como o adicional de 70% nas férias e o pagamento de 200% nos finais de semana.
Por outro lado, a direção dos Correios argumenta que a situação financeira da empresa não permite atender a essas demandas.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) mediou as reuniões entre os representantes sindicais e a direção da estatal desde quinta-feira, 11 de dezembro, mas ainda não houve acordo. As negociações se arrastam desde julho, quando o atual ACT, negociado pela gestão anterior, venceu. O acordo tem sido prorrogado desde então.
A situação financeira dos Correios é preocupante, com prejuízo de R$ 6,1 bilhões acumulado até setembro. A estatal tentou obter um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro Nacional, mas a operação foi rejeitada. Atualmente, está em análise uma proposta de empréstimo de R$ 12 bilhões, que faz parte do plano de reestruturação da empresa.