Operadores de turismo estão tentando se livrar do estoque não utilizado (Caroline Hoos/ Stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2014 às 14h19.
Nova York - Os torcedores da Copa do Mundo que tiveram paciência para reservar hotéis no Brasil agora podem conseguir preços com desconto.
Com o início do campeonato marcado para o dia 12 de junho, os operadores de turismo que há anos compraram blocos de quartos estão tentando se livrar do estoque não utilizado.
Match Hospitality, parceira oficial da FIFA, o órgão regulador do futebol, lançou no mês passado quartos não vendidos que ela tinha reservado anteriormente. O resultado é que os preços de alguns quartos de hotéis para a Copa do Mundo caíram para a metade do que valiam há dois anos.
“É exatamente como o mercado de ações ou qualquer outro mercado”, disse Robert Tuchman, presidente da agência de viagens para eventos esportivos e entretenimento Goviva. “Sempre que houver estoque, os preços serão baixos”.
O Brasil conquistou o posto de sede da Copa do Mundo em 2007 e há alguns anos as agências de turismo começaram a comprar blocos de quartos de hotéis.
Algumas, como a Goviva de Nova York, compraram de modo conservador, na esperança de equiparar a eventual demanda e correndo o risco de ter que pagar mais para comprar quartos depois.
Outras, como a Ludus Tours, com sede em Austin, Texas, arrebataram quartos de modo agressivo, o que lhes possibilitou satisfazer todos os pedidos dos clientes, mas com o risco de um estoque excessivo.
Três semanas antes do início da Copa do Mundo, Ludus disse que já vendeu cerca de 70 por cento dos seus quartos e está tentando vender o restante.
“Temos diversos lugares disponíveis em hotéis”, disse Nathan Goodson, vice-presidente da Ludus, em entrevista telefônica. “Este é o momento em que colocamos pessoas nesses quartos a qualquer preço que possamos conseguir”.
Quartos com desconto
A Ludus, que disse ter vendido aproximadamente 450 pacotes para a Copa do Mundo, enviou na semana passada um e-mail aos seus clientes para oferecer de 40 por cento a 60 por cento de desconto nos quartos de hotéis que ainda estão disponíveis no Rio de Janeiro e em Manaus, Amazonas, no norte, que será sede de quatro jogos da fase de grupos, incluindo Estados Unidos e Portugal, em 22 de junho.
A Goviva, que disse ter reservado mais de 700 viagens e espera chegar a 1.000 até o fim da Copa, pagou em média US$ 500-US$ 600 por noite para reservar quartos de hotéis há alguns anos.
Estoque maior
A quantidade de hotéis aumentou significativamente nas últimas semanas, de acordo com a Trivago, o maior site de busca de hotéis on-line.
A disponibilidade para as quartas de finais em 4 de julho no Rio, por exemplo, agora é de 41 por cento, depois de ter sido de 21 por cento no início de março, disse a Trivago por e-mail. A disponibilidade para a final do dia 13 de julho no Rio é de 63 por cento, frente a 16 por cento no início de março.
Alguns hotéis de quatro estrelas que estavam reservando quartos a US$ 600-US$ 700 por noite há dois anos agora podem os oferecem por cerca de US$ 400, de acordo com John Martin, CEO da agência de turismo Great Atlantic Sports Travel, com sede em Virginia Beach, Virginia.
Tuchman disse que era “um bom sinal para os consumidores” que os quartos de hotéis estejam sendo liberados. Ele acreditava que os pedidos tardios possibilitariam que a Ludus, que faz negócios com a Goviva, terminasse de vender seu estoque.
Preços da final
Os preços dos quartos de hotel não diminuíram para a final do dia 13 de julho no Rio. A Ludus projetou inicialmente preços de US$ 700 a US$ 1.000 por noite em hotéis de quatro e cinco estrelas, disse Goodson. Esses quartos agora estão custando até US$ 15.000 por noite.
Os preços dos ingressos para a fase de grupos variam de US$ 112 a US$ 3.864, de acordo com a Viagogo, a maior operadora de ingressos fora dos EUA. O preço para a final no site da Viagogo vai de US$ 4.317 a US$ 50.000.
“Uma coisa que está me deixando louco é a demanda na semana das finais”, disse Goodson. “Nunca na minha vida eu vi preços assim”.