Toffoli dá 5º voto para condenar cúpula do Rural
Toffoli destacou em seu voto que este item trata do chamado "valerioduto"
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2012 às 22h15.
Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli votou pela condenação por lavagem de dinheiro da cúpula do Banco Rural, de Marcos Valério e de dois ex-sócios de Valério nas agências de publicidade. É o quinto voto nesta direção, faltando apenas um para formar a maioria pela condenação da acionista e ex-presidente do Rural Kátia Rabello, do ex-vice-presidente operacional José Roberto Salgado, do publicitário Marcos Valério, seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach e a ex-diretora financeira da SMP&B Simone Vasconcelos.
Toffoli destacou em seu voto que este item trata do chamado "valerioduto". Ele afirmou que o julgamento do mensalão , a compra de apoio político é um tema para os próximos capítulos. "O que a imprensa chama de mensalão são cenas que assistiremos no próprio capítulo, se esses recursos do valerioduto serviram para compra de votos no Congresso nacional".
O ministro votou pela condenação de seis réus por entender que houve lavagem de dinheiro na distribuição de recursos feita por Valério por meio de saques no Rural, com a anuência da cúpula do banco. Além dos seis réus que estão a um voto da condenação, ele deu o quarto voto para condenar Vinícius Samarane, ex-diretor do Rural e atual vice-presidente. Neste caso, apenas o revisor, Ricardo Lewandowski, votou pela absolvição.
Toffoli votou pela absolvição de outros três réus: Ayanna Tenório, ex-vice-presidente do Rural, Geiza Dias, ex-funcionária de Valério, e Rogério Tolentino, ex-advogado das agências. Com isso, Ayanna precisa de apenas mais um voto para se livrar desta acusação. Ela já foi absolvida de gestão fraudulenta.
Comentando a situação de Geiza Dias, Toffoli foi mais um a mencionar as saudações que ela enviava nos e-mails destinados ao Rural. A funcionária tinha o hábito de concluir os e-mails com beijos e abraços. "Só conheço uma pessoa condenada por um beijo, foi Jesus Cristo. O fato de mandar beijo não é motivo para condenar".
O voto do ministro para absolver Tolentino com o argumento de que ele não atuava na gestão da agência SMP&B, de Valério, provocou novo debate em plenário. O relator, Joaquim Barbosa, voltou a destacar que ele é réu pelo empréstimo de R$ 10 milhões que fez a pedido de Valério no banco BMG. O revisor, Ricardo Lewandowski, voltou a afirmar que esta acusação não está inscrita na parte de lavagem de dinheiro, mas no tópico de formação de quadrilha.