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Todas as campanhas eram ligadas a Bolsonaro e não teve caixa 2, diz Bivar

Presidente do PSL disse também não ver motivos para que ministro do Turismo seja demitido após ter sido denunciado por suposto esquema de laranjas

Luciano Bivar: presidente do PSL falou sobre denúncias de esquema de candidaturas laranjas no partido (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Luciano Bivar: presidente do PSL falou sobre denúncias de esquema de candidaturas laranjas no partido (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 17h51.

Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 18h20.

Brasília — O presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), disse nesta segunda-feira (7) que não faz sentido a suspeita de caixa 2 na campanha do presidente Jair Bolsonaro na investigação do suposto esquema irregular das campanhas do partido em Minas Gerais.

Bivar disse também não ver motivos para que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que presidia o PSL em Minas durante a campanha, seja demitido do governo após ele ter sido denunciado na sexta-feira passada por envolvimento em suposto esquema de candidaturas-laranjas.

"O que foi o seguinte: toda campanha era feita umbilicalmente entre os candidatos e o presidente (Bolsonaro), foi por isso que fizemos 52 deputados federais, devido ao carisma do nosso presidente", disse Bivar à Reuters.

"Todos candidatos e candidatas tinham fotos juntas, não significa que aquilo foi caixa 2 para o presidente", acrescentou, defendendo mudanças legislativas para acabar com a chamada cota de gênero para desobrigar os partidos a terem uma participação mínima de 30% de candidaturas femininas.

Bivar reclamou que tem havido "muita seletividade" em cima do partido.

"Não, não tem nenhuma ligação uma coisa com outra (demitir o ministro após a denúncia). Tudo isso que está havendo aí é muita seletividade em cima do partido. Todos os partidos tiveram candidaturas que foram malsucedidas... longe de você poder monitorar isso", disse.

O presidente do PSL disse que no processo de 1,5 mil páginas não tem outro partido citado, o que seria "uma coisa de se estranhar". Ele nega, porém, que isso seria um movimento da Polícia Federal para pressionar o governo, por meio do partido do presidente, por maior autonomia de atuação. Bivar disse que não vê abuso de poder no caso e lembrou que há outras instâncias do Judiciário para corrigir essa questões.

Decisão unilateral

Bivar disse que se trata de uma decisão unilateral de Bolsonaro ficar ou não no PSL, conforme vem se especulando nos últimos meses, mas ressaltou que o partido tem um sentimento muito coincidente com o do presidente e que espera que ele continue na legenda.

O presidente do PSL tratou como natural as saídas de parlamentares da legenda desde o início do governo até agora e disse não temer um risco de debandada da legenda caso Bolsonaro deixe mesmo o partido. Disse também que, mesmo se o presidente sair do partido, o PSL deve continuar na base de apoio porque ele professa as ideias da legenda.

Bivar contou que pretende fazer uma reunião em breve, com a participação de Bolsonaro, para definir a estratégia do PSL para as eleições municipais. Disse que ainda não está definido se o PSL terá a cabeça de chapa em candidaturas nas principais capitais, podendo abrir mão para aliados.

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