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Todas as balas contra Temer

O presidente interino Michel Temer já pode se orgulhar de fazer parte do nem-tão-seleto grupo dos políticos acusados de envolvimento direto com propinas da Lava-Jato. O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou em delação premiada que Temer requisitou, em 2012, 1,5 milhão de reais em dinheiro para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de […]

MICHEL TEMER: governo interino liberou 669 milhões a emendas de parlamentares em junho, ante 57 milhões de reais em junho de 2015 / Ueslei Marcelino / Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

MICHEL TEMER: governo interino liberou 669 milhões a emendas de parlamentares em junho, ante 57 milhões de reais em junho de 2015 / Ueslei Marcelino / Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 06h56.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h25.

O presidente interino Michel Temer já pode se orgulhar de fazer parte do nem-tão-seleto grupo dos políticos acusados de envolvimento direto com propinas da Lava-Jato. O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou em delação premiada que Temer requisitou, em 2012, 1,5 milhão de reais em dinheiro para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo.

Embora a doação tenha sido feita de maneira legal pela Queiroz Galvão, Machado disse que o dinheiro veio do sobrepreço em contratos da empreiteira com a Transpetro. Machado entregou, no total, 23 políticos de oito partidos, entre eles a alta cúpula do PMDB e o senador Aécio Neves, presidente do PSDB. Temer, obviamente, nega. Mas a inclusão de seu nome serviu para lembrar que muitas balas ainda podem atingi-lo até agosto.

Uma delas é uma aventada delação de Jorge Zelada, ex-diretor da área internacional da Petrobras. Zelada teria sido indicado por Temer. Na gravação que o levou à prisão, em novembro do ano passado, o ex-senador Delcídio do Amaral diz que “o Michel tá muito preocupado com o Zelada”. O ex-diretor ainda não assinou o acordo de delação, mas foi condenado a 12 anos de prisão em fevereiro pelo juiz Sergio Moro, o que pode acelerar o processo.

Além disso, a chegada das investigações a figuras importantes do PMDB pode arrastar Temer para o epicentro da Lava-Jato. Especula-se que o próprio Eduardo Cunha estuda uma delação caso venha a ser preso, e poderia implicar Temer e políticos importantes de seu governo. Estão no radar, ainda, as delações premiadas de OAS e Odebrecht. Resta saber se sobrará alguém vivo para contar a história.

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