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Teste da vacina chinesa contra a covid-19 deve ser concluído em 90 dias

A partir desta terça-feira, 21, voluntários do Hospital das Clínicas de São Paulo vão receber as primeiras doses do ensaio clínico

Vacina: estudo da potencial vacina chinesa será liderado pelo Instituto Butantan (Dado Ruvic/Reuters)

Vacina: estudo da potencial vacina chinesa será liderado pelo Instituto Butantan (Dado Ruvic/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de julho de 2020 às 13h48.

Última atualização em 20 de julho de 2020 às 14h39.

As primeiras doses da vacina do laboratório chinês Sinovac Biotech contra a covid-19 começam a ser aplicadas em 890 profissionais de saúde do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo a partir desta terça-feira, 21. E a previsão é que todo o teste clínico seja concluído em até 90 dias, segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Além do HC, outros 11 centros de pesquisa vão aplicar a vacina em 9.000 voluntários de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Mais de um milhão de profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, destes estados se candidataram para participar do ensaio clínico.

Na madrugada desta segunda-feira, 20, chegaram a São Paulo as 21.000 doses que serão usadas para os testes da chamada CoronaVac, uma das mais promissoras do mundo.

"Numa escala de zero a dez, meu grau de otimismo é 11. A tecnologia usada nesta vacina já é conhecida, com cepas inutilizadas do vírus, e o Instituto Butantan produz em outras imunizações. É a que está mais avançada no mundo e tem um alto padrão de qualidade", disse Dimas Covas em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

A testagem está na chamada fase 3 em que um grande número de pessoas participa do estudo para comprovar a eficácia. Metade deles recebe um placebo e a outra, a vacina. Os voluntários receberão duas doses, uma na primeira consulta, em que assinam um termo de compromisso, e a segunda após 14 dias.

Os testes das fases 1 e 2, realizados em humanos saudáveis e em animais, mostraram segurança e capacidade de provocar resposta imune "favoráveis", segundo o laboratório. Alem disso, não foram percebidos efeitos colaterais significativos.

Imunização no SUS em 2021

De acordo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), caso os resultados sejam positivos, a expectativa é de que a vacina esteja disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no começo de 2021. 

"Nós teremos acesso em um primeiro momento a doses que podem ser aplicadas em 60 milhões de pessoas. E ela será destinada a todos os brasileiros, não somente aos moradores de São Paulo", disse o governador em entrevista no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda-feira.

O acordo entre o governo de São Paulo e o laboratório Sinovac, que tem custo estimado de 85 milhões de reais, prevê a transferência total de tecnologia para que o Instituto Butantan produza a vacina em território nacional.

Vacina de Oxford se mostrou segura

A vacina da Universidade de Oxford em parceria com a biofarmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, também uma das mais promissoras e avançadas, teve bons resultados contra o novo coronavírus, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (20) na revista científica The Lancet

O estudo foi do tipo randômico, com grupo de controle (que recebeu uma vacina de meningite) e cego (no qual os voluntários não sabem qual medicamento foi administrado), e realizado com cerca de 1.077 pessoas saudáveis. Os resultados são das fases 1 e 2 da vacina.

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