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Testemunha pede que acusado no caso de Cabral saia de audiência

A secretária do escritório de advocacia da mulher do ex-governador do Rio alegou constrangimento para depor sobre Luiz Carlos Bezerra, diante dele

Cabral: o julgamento era do operador do esquema de corrupção do ex-governador do Rio (Antonio Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de março de 2017 às 14h35.

Rio - Uma testemunha do suposto esquema de corrupção que teria sido comandado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) chorou e pediu que um acusado no processo fosse retirado da sala de audiências onde depõe nesta sexta-feira, 17.

Michele Thomaz Pinto, secretária do escritório de advocacia da mulher do peemedebista, Adriana Anselmo, alegou constrangimento para depor sobre o recebimento de dinheiro do operador do esquema, Luiz Carlos Bezerra, diante dele. O réu está preso e fora conduzido para assistir ao depoimento.

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"Não recebi ameaças dele, mas me sinto constrangida com a presença dele", disse Michele ao juiz da 7.ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas. O magistrado acatou o pedido e ordenou que Bezerra fosse retirado da sala.

Após a saída do réu, apontado por procuradores da República como um dos "homens da mala" da suposta organização criminosa, Michele reafirmou o que já havia dito ao Ministério Público Federal (MPF).

Contou que recebia semanalmente R$ 200 mil a R$ 300 mil, em espécie, de Bezerra. Disse ainda que o réu levava a quantia em uma mochila até o escritório.

Ela contava as cédulas e as guardava em um cofre. Michele afirmou desconhecer a procedência dos recursos trazidos pelo acusado.

A testemunha disse também que era responsável pelo pagamento de despesas do escritório e emissão de notas fiscais. Também pagava contas particulares de Adriana, como as faturas de cartão de crédito.

Ela relatou ainda que recebia com frequência no escritório uma funcionária da joalheria H. Stern, que ia ao local com uma sacola preta, sempre na companhia de um segurança.

Investigações apontaram que Cabral e a então primeira-dama investiam parte do dinheiro ilegal na compra de joias.

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