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Tesoureiro do PT decide deixar conselho da Itaipu

João Vaccari Neto foi atingido pelas denúncias no escândalo da Petrobras


	João Vaccari Neto: anúncio da saída é providencial para a campanha de Dilma
 (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

João Vaccari Neto: anúncio da saída é providencial para a campanha de Dilma (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 08h27.

Brasília - Atingido pelas denúncias no escândalo da Petrobras, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, vai deixar o Conselho de Administração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, antecipando em um ano e meio o final do seu mandato no cargo.

Segundo o presidente do partido, Rui Falcão, o afastamento de Vaccari é uma decisão do governo que se alia a uma vontade do tesoureiro de "se concentrar mais nas atividades" da legenda.

O anúncio da saída é providencial para a campanha de Dilma, desconfortável com os ataques dos adversários contra Vaccari. "Não há nenhuma denúncia comprovada envolvendo o companheiro Vaccari", afirmou Falcão ontem.

O dirigente acrescentou que ele permanece cuidando das contas do PT. "Não há nenhuma razão para substituí-lo."

Segundo o presidente do PT, Vaccari lhe disse que deixaria Itaipu "antes do surgimento das denúncias infundadas". O mandato de quatro anos no conselho da Itaipu, para o qual Vaccari foi reconduzido em 17 de maio de 2012, só expiraria em 16 de maio de 2016.

Munição

Apesar de assessores do Planalto acharem que Vaccari deveria mesmo deixar o posto de imediato, a tese é repudiada por outras correntes internas da campanha de Dilma.

Há quem ache que isso será uma "confissão de culpa" e que poderá "dar munição" para o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (PSDB), no debate da TV Globo, amanhã.

No debate da TV Record, no domingo passado, Aécio destacou que Dilma reconheceu que houve desvios na estatal e questionou a presidente se o tesoureiro do PT vai continuar na função de conselheiro de Itaipu após ser citado nas denúncias do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Por três vezes, o tucano perguntou a Dilma se ela confiava em Vaccari.

O tesoureiro do PT foi acusado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef de participar de esquema de arrecadação de propina para a sigla.

Falcão prometeu mudanças no partido para o período pós-eleitoral. Disse que as acusações de Aécio Neves à presidente Dilma ao invés de atingi-la, provocaram um "efeito bumerangue".

"A agressividade, as denúncias forjadas, o tom de voz, o menosprezo em relação às mulheres, tudo isso está provocando um efeito inverso ao que ele pretendia. Ele está provando do próprio veneno", comentou.

Questionado se haverá um saneamento do partido por causa das denúncias, Falcão respondeu: "O PT não convive com malfeitos e atos de corrupção". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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