Tenente-coronel é preso no Rio de Janeiro acusado de receber propina
Dinheiro era pago por traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo; o policial e 12 integrantes do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 7º BPM foram detidos
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2011 às 17h59.
Rio de Janeiro - Polêmico como árbitro de futebol e como comandante de batalhões da Polícia Militar do Rio de Janeiro , o tenente-coronel Djalma Beltrami foi preso hoje (19) ao chegar ao 7º Batalhão de Polícia Militar de Alcântara, em São Gonçalo (Região Metropolitana), que comandava desde agosto. Ele e 12 integrantes do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 7º BPM são acusados de receber propinas de traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo. Quatro traficantes também foram presos e um menor armado apreendido.
De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios (DH) de Niterói, Alan Luxardo, que coordenou a operação batizada de "Dezembro Negro", imagens gravadas no início de setembro, testemunhas e escutas telefônicas provam o envolvimento dos PMs com os traficantes. Uma filmagem mostra uma equipe do GAT do 7º BPM em reunião com o advogado do traficante Maico dos Santos Souza, o Gaguinho, em um dos acessos ao Morro da Coruja.
"Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que policiais militares do 7º BPM negociavam propinas com traficantes para deixar funcionar livremente o tráfico de drogas. Em uma das conversas, o policial pedia, por semana, a quantia de R$ 10 mil para o "Zero Um" (como é chamado o comandante do batalhão) e de R$ 5 mil para cada uma das gêmeas do GAT (como eram chamadas as viaturas do grupo de elite do 7º BPM)", explicou o Promotor de Justiça Marcelo Arsenio, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, que participou da operação junto com a Corregedoria Geral Unificada e a DH de Niterói.
Na gravação da conversa telefônica, o traficante reclama dos valores cobrados pelos policiais. "Como é que vou dar dez (mil) pra tu (sic)? E depois tem que dar tanto para as outras 'gêmeas'? Tá louco, aí eu morro, fico na 'bola'. A boca não é minha, não, cara", protesta o traficante. Treze policiais militares foram indiciados por associação para o tráfico e corrupção passiva. Foram expedidos 11 mandados de prisão contra traficantes.
Em menos de três meses, Beltrami foi o segundo comandante do 7º BPM preso. Ele substituiu o Claudio Luiz de Oliveira, que foi preso sob a acusação de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros na porta de casa. Em depoimento, Beltrami negou todas as acusações e disse que jamais recebeu dinheiro do tráfico. Ao sair da sede da DH de Niterói, ele não quis falar com os jornalistas.
Fardado, o ex-árbitro participou de ações importantes. Ele comandava o 14º BPM de Bangu (zona oeste), em abril deste ano, quando o ex-aluno Wellington Menezes matou 12 estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e foi morto pela PM. Na ocasião, Beltrami disse que a carta de despedida do atirador tinha "características fundamentalistas".
A declaração provocou protestos da comunidade muçulmana no País. Ao final da investigação, a Polícia Civil concluiu que a motivação para a chacina foi o bullying sofrido por Wellington na época do colégio.
Rio de Janeiro - Polêmico como árbitro de futebol e como comandante de batalhões da Polícia Militar do Rio de Janeiro , o tenente-coronel Djalma Beltrami foi preso hoje (19) ao chegar ao 7º Batalhão de Polícia Militar de Alcântara, em São Gonçalo (Região Metropolitana), que comandava desde agosto. Ele e 12 integrantes do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 7º BPM são acusados de receber propinas de traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo. Quatro traficantes também foram presos e um menor armado apreendido.
De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios (DH) de Niterói, Alan Luxardo, que coordenou a operação batizada de "Dezembro Negro", imagens gravadas no início de setembro, testemunhas e escutas telefônicas provam o envolvimento dos PMs com os traficantes. Uma filmagem mostra uma equipe do GAT do 7º BPM em reunião com o advogado do traficante Maico dos Santos Souza, o Gaguinho, em um dos acessos ao Morro da Coruja.
"Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que policiais militares do 7º BPM negociavam propinas com traficantes para deixar funcionar livremente o tráfico de drogas. Em uma das conversas, o policial pedia, por semana, a quantia de R$ 10 mil para o "Zero Um" (como é chamado o comandante do batalhão) e de R$ 5 mil para cada uma das gêmeas do GAT (como eram chamadas as viaturas do grupo de elite do 7º BPM)", explicou o Promotor de Justiça Marcelo Arsenio, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, que participou da operação junto com a Corregedoria Geral Unificada e a DH de Niterói.
Na gravação da conversa telefônica, o traficante reclama dos valores cobrados pelos policiais. "Como é que vou dar dez (mil) pra tu (sic)? E depois tem que dar tanto para as outras 'gêmeas'? Tá louco, aí eu morro, fico na 'bola'. A boca não é minha, não, cara", protesta o traficante. Treze policiais militares foram indiciados por associação para o tráfico e corrupção passiva. Foram expedidos 11 mandados de prisão contra traficantes.
Em menos de três meses, Beltrami foi o segundo comandante do 7º BPM preso. Ele substituiu o Claudio Luiz de Oliveira, que foi preso sob a acusação de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros na porta de casa. Em depoimento, Beltrami negou todas as acusações e disse que jamais recebeu dinheiro do tráfico. Ao sair da sede da DH de Niterói, ele não quis falar com os jornalistas.
Fardado, o ex-árbitro participou de ações importantes. Ele comandava o 14º BPM de Bangu (zona oeste), em abril deste ano, quando o ex-aluno Wellington Menezes matou 12 estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e foi morto pela PM. Na ocasião, Beltrami disse que a carta de despedida do atirador tinha "características fundamentalistas".
A declaração provocou protestos da comunidade muçulmana no País. Ao final da investigação, a Polícia Civil concluiu que a motivação para a chacina foi o bullying sofrido por Wellington na época do colégio.