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Ciclone Yakecan: RS e SC estão em alerta máximo, incluindo capitais

O Yakecan era chamado de ciclone até o começo desta terça-feira, 17, mas foi reclassificado para tempestade, ou seja, subiu de categoria, devido ao aumento da intensidade

Yakecan: escolas foram fechadas no Rio Grande do Sul. (MetSul/Reprodução)

Yakecan: escolas foram fechadas no Rio Grande do Sul. (MetSul/Reprodução)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 17 de maio de 2022 às 16h48.

Última atualização em 17 de maio de 2022 às 18h36.

A Tempestade Yakecan já deixou pelo menos uma pessoa morta no Sul do Brasil. Os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina estão em alerta máximo depois que o Ciclone Yakecan foi reclassificado para tempestade, ou seja, subiu de categoria.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros dos dois estados estimam que há possibilidade de rajadas de vento intensas, que podem variar entre 90 e 110 km/h, principalmente nas regiões litorâneas, que incluem as duas capitais: Porto Alegre e Florianópolis. A validade do alerta é até a quarta-feira, 18. Na capital catarinense, podem ocorrer ondas com altura de 2 a 3 metros, com picos de até 5 metros. Também há alerta para ressaca.

Na capital gaúcha, dois barcos com quatro pescadores naufragaram no Lago Guaíba, na segunda-feira, 16, em decorrência dos fortes ventos. O corpo de um homem de 51 anos foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros quase 24 horas após o acidente. Uma outra morte também foi registrada no Uruguai, também em consequência das fortes rajadas de vento que atingem o país vizinho.

De acordo com informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as imagens de satélite mostram a formação das nuvens da tempestade subtropical se aproximando da costa gaúcha.

A Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul decidiu suspender as aulas em vários municípios do estado, incluindo a capital, Porto Alegre. Em Santa Catarina, o estado ainda avalia tomar a mesma medida, e como a tempestade vai atingir o lado catarinense.

A Marinha do Brasil decidiu proibir a navegação no canal que dá acesso aos portos de Itajaí e de Navegantes. A medida é preventiva para evitar acidentes. Foi suspensa também a navegação da balsa que faz a travessia de veículos entre as cidades gaúchas de São José do Norte e Rio Grande.

Frente fria histórica

Desde o domingo, uma frente fria histórica derrubou as temperaturas em boa parte do Brasil, começando pela região Sul e atingindo mais partes do país nos dias seguintes, chegando até a região amazônica. De acordo com os serviços de meteorologia, o frio intenso é comum, mas não com tanta intensidade para esta época do ano.

A explicação para as temperaturas despencarem é uma massa de ar frio intensa que avança rapidamente pelo país. A primeira região atingida foi a Sul. Nas serras gaúcha catarinense foi registrada a ocorrência de neve entre a noite do dia 16 e a madrugada do dia 17, de acordo com informações do Inmet.

O frio é tão intenso que vai avançar pela região Centro-Oeste, e chega até o Norte. Os estados de Rondônia e Acre podem registrar o segundo episódio de friagem do mês, com temperaturas em torno de 10 graus Celsius. Ainda na região Norte, a frente fria chega ao Tocantins, com temperatura mínima de 13 graus no dia 21 de maio na capital do estado, Palmas.

Ainda segundo o Inmet, há previsão de geada moderada para todo o estado de São Paulo na manhã do dia 18 de maio. A capital paulista deve registrar a menor temperatura do ano, justamente na madrugada do dia 17 para o dia 18 de maio: 5 graus Celsius. A máxima durante o dia não deve passar dos 15 graus. Não está descartada a possibilidade de frio recorde para o mês de maio.

Tempestade ou ciclone?

De acordo com os meteorologistas, o ciclone subtropical foi reclassificado para tempestade subtropical porque aumentou a intensidade do sistema. Embora a formação dos dois seja semelhante, a tempestade tem magnitude maior que o ciclone, com ventos que podem chegar a 117 km/h.

O nome Yakecan foi dado pela Marinha, por meio de um aviso especial do Centro de Hidrografia, e significa o som do céu em tupi-guarani.

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