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Temer vetará artigo da nova lei eleitoral que censura internet

Proposta causou reação de diversas entidades e associações de imprensa ligadas a discussões na internet apontaram que ela poderia levar à censura

Michel Temer: Palácio do Planalto anunciou nesta sexta-feira que o presidente vetará a proposta que poderia censurar publicações na internet (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: Palácio do Planalto anunciou nesta sexta-feira que o presidente vetará a proposta que poderia censurar publicações na internet (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 13h36.

Última atualização em 6 de outubro de 2017 às 16h15.

Brasília - O presidente Michel Temer anunciou nesta sexta-feira, 6, que vai vetar o artigo do projeto da reforma política que poderia levar à censura nas redes sociais.

Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que a decisão atende a um pedido do líder do Solidariedade na Câmara, deputado Áureo (RJ), autor da polêmica emenda. Os dois conversaram por telefone pela manhã.

Pela proposta do deputado, os provedores teriam que retirar, em no máximo 24 horas, uma publicação que fosse alvo de denúncia até que a identificação do usuário fosse realizada.

Segundo o texto, não seria necessária uma autorização judicial para a retirada de conteúdo, bastando que ela fosse considerada anônima e apontada como "discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido, coligação, candidato ou de habilitado (à candidatura)".

A proposta causou reação de diversas entidades, que criticaram a medida. Associações de imprensa e ligadas a discussões na internet apontaram que ela poderia levar à censura e cobraram de Temer o veto à medida.

Também em nota, o deputado Áureo disse que a sua "intenção foi de impedir que os ataques de perfis falsos de criminosos pudessem prejudicar o resultado das eleições".

Ele também afirmou que não defende nenhum tipo de censura e que voltou atrás depois de ser "procurado por diversos cidadãos e instituições preocupados com o possível mau uso da proposta para suspender publicações legítimas".

"Entendo que não podemos correr esse risco. A repercussão do caso provou que o assunto precisa ser amplamente discutido e precisamos ouvir melhor os cidadãos para construir um texto que preserve a livre manifestação do pensamento e, ao mesmo tempo, combata os criminosos que circulam nos meios digitais", disse.

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