Temer se acha vítima de conspiração, diz aliado político
Sérgio Petecão, que se reuniu com o presidente, garantiu que ele estava "tranquilo" e que disse que "não vai cair" com a aguda crise gerada
EFE
Publicado em 18 de maio de 2017 às 13h53.
Brasília - O presidente Michel Temer suspeita que o grave escândalo que o pôs contra as cordas poderia fazer parte de uma "conspiração", segundo o senador Sérgio Petecão (PSD-AC), aliado político do presidente e um dos poucos que se reuniu com ele nas últimas horas.
Após se reunir com o presidente, Petecão disse à "Rádio Senado" que Temer estava "tranquilo" e que lhe garantiu que "não vai cair" com a aguda crise gerada por supostas gravações nas quais se pode escutá-lo aprovando uma suposta compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha , preso em Curitiba dentro da operação Lava Jato .
"Disse que está firme e com a consciência tranquila", segundo o senador do PSD, que integra a coalizão do Governo, na qual alguns setores se têm somado à oposição para exigir a "imediata" renúncia de Temer.
Segundo Petecão, Temer disse que "acredita em uma possível conspiração, mas não esclareceu de onde poderia vir".
A audiência com Petecão foi a única atividade prevista na agenda de Temer cumprida, pois o presidente decidiu cancelar reuniões com parlamentares previstas para hoje e se reunir com os seus ministros mais próximos.
Entre eles, os titulares da Casa Civil, Eliseu Padilha; e da Secretaria-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, que em mensagens divulgadas nas redes sociais defenderam Temer e afirmaram que "o Brasil não pode parar" por causa de "algumas meras denúncias".
Em tais mensagens, Padilha e Moreira Franco, ambos investigados pela sua suposta participação no esquema de corrupção na Petrobras, pediram "serenidade" e concordaram que os fatos "devem ser esclarecidos", mas que "ninguém pode ser condenado antecipadamente".
Alguns dos partidos se pronunciaram hoje a favor de uma renúncia "imediata" de Temer, já pedida na noite de quarta-feira pela oposição.
"Frente à gravidade do cenário e com a responsabilidade de não deixar que o Brasil submerja no imponderável, somente nos resta a renúncia do presidente Michel Temer", disse através das redes sociais o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que integra a coligação de Governo.
Essa posição foi apoiada pelo líder do PPS na Câmara, Arnaldo Jordy, que afirmou de forma incisiva que o Governo de Temer "acabou".
Segundo Jordy, Temer "deve pactuar uma saída institucional", a qual inclua "antecipar o processo eleitoral" previsto para outubro do ano que vem, com o objetivo de "devolver às urnas a decisão sobre o futuro do país".