Brasília – Otimista sobre a aprovação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), quer evitar que a petista saia vitimizada do julgamento final.

Interlocutores de Temer afirmaram a EXAME.com que o peemedebista tem pedido cautela aos aliados durante o julgamento. “O presidente
Temer nos pediu que evitássemos provocá-la para que ela não saia como coitada do processo”, disse um senador da base aliada.

O julgamento final começa na próxima quinta-feira (25) e deve ser concluído até o final do mês. O temor do peemedebista é que uma abordagem mais agressiva fortaleça a tese de golpe, defendida pelo PT ao longo dos últimos meses.

O pedido de Temer se estendeu a todos os parlamentares da base aliada, já que “ele tem a preocupação de que algum senador pegue mais pesado com Dilma para ter destaque frente à opinião pública”.

Além de enfatizar a questão das pedaladas fiscais, Temer recomendou que os aliados destaquem a crise política e a falta de governabilidade para dar legitimidade ao afastamento definitivo da petista.

Um dos principais integrantes do núcleo duro interino afirmou que “a prioridade é que as perguntas sejam feitas com firmeza, sem subir o tom”.

Treinamento pesado

Assim como ocorreu nos preparativos para a corrida presidencial de 2014, Dilma tem se submetido a um treinamento pesado para enfrentar eventuais provocações.

A principal preocupação é que a presidente afastada consiga se sair bem caso tenha que responder perguntas mais ácidas.