Brasil

Temer na Índia: muita coisa a tratar

O presidente Michel Temer embarca na noite desta quinta-feira para mais uma viagem internacional. Ele irá participar, no sábado, em Goa, na Índia, do 8º Encontro de Cúpula dos BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Lá, os comandantes desses países devem discutir pautas e assinar acordos nas áreas de cooperação alfandegária, […]

MICHEL TEMER: para analisar 2017 é preciso separar os acontecimentos que têm uma dinâmica previsível  dos fatores de elevado grau de imprevisibilidade que devem ocorrer  / Reuters

MICHEL TEMER: para analisar 2017 é preciso separar os acontecimentos que têm uma dinâmica previsível dos fatores de elevado grau de imprevisibilidade que devem ocorrer / Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2016 às 05h56.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h06.

O presidente Michel Temer embarca na noite desta quinta-feira para mais uma viagem internacional. Ele irá participar, no sábado, em Goa, na Índia, do 8º Encontro de Cúpula dos BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Lá, os comandantes desses países devem discutir pautas e assinar acordos nas áreas de cooperação alfandegária, em pesquisa agrícola, em cooperação tecnológica na área de energia limpa. Outro ponto importante da reunião será a discussão em torno do banco de fomento do bloco, que terá 50 bilhões de dólares para financiar iniciativas na área da infraestrutura, e do Arranjo Contingente de Reservas, que terá 100 bilhões para aportar em um dos membros em caso de crise.

O presidente brasileiro também terá encontros bilaterais, como com o primeiro-ministro indiano, Nerendra Modi, e com empresários do país. “A ideia é reforçar o comércio intra-BRICS. China e Índia estão planejando investir muito mais na América Latina e ambas nações entendem que o Brasil deve ser a porta de entrada para a América do Sul, haja vista a sua posição econômica na região”, diz Ana Flávia Barros-Platiau, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília e especialista em BRICS.

O encontro também pode ser uma oportunidade para que o país mude sua atuação no bloco. Embora Temer não deva modificar a postura passiva de Dilma Rousseff, que mais ouvia do que propunha, pode ser hora de buscar melhores acordos para o país. “O Brasil precisa reagir a seu isolamento econômico, pois ficamos fora dos mega-acordos, como o Transpacífico. O Mercosul não funciona bem e não temos parceiros econômicos interessantes para o futuro. O mainstream da economia já comprovou há algum tempo que o comércio bilateral com a China seria prejudicial à nossa industrialização”, diz Barros-Platiau.

A cúpula do BRICS acontece em um momento econômico muito diferente de quando o bloco foi criado, no começo da década passada. Os tempos de pujança ficaram para trás e hoje dois dos cinco países – Brasil e Rússia – apresentam os piores desempenhos econômicos do mundo. Algumas pequenas crises internas também atingem o bloco. O Brasil, por exemplo, discorda da política da Índia quanto às armas nucleares, conseguidas para mostrar poder frente aos eternos problemas na fronteira com o Paquistão. Os paquistaneses têm apoio da China na questão, o que deixa os indianos com os dois pés atrás quanto a postura de Pequim.

No dia 18, Temer segue para o Japão, na primeira visita de estado ao país asiático em 11 anos. Temer será recebido pelo primeiro-ministro Shinzo Abe e pelo imperador Akihito. Os encontros no Japão serão parecidos com os da Índia. Serão apresentadas oportunidades do Programa de Parcerias de Investimentos para empresários na tentativa de trazer investidores para o país. Temer ficará exatamente uma semana fora do país. E será uma semana bem agitada.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'