Michel Temer: senadores que se opõem ao projeto como veio da Câmara se articulam para apresentar um substitutivo ao texto.
Reuters
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 14h07.
Brasília - O presidente Michel Temer mostrou alívio com a derrubada do pedido de urgência do pacote anticorrupção pelo Senado, na noite de quarta-feira, e chegou a dizer a senadores que, não "jogaram em seu colo" a proposta, para vetá-la ou sancioná-la, deixando-o em uma situação difícil, contaram à Reuters fontes presentes ao encontro.
Apesar de um pedido expresso do presidente ao líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), para que a Casa não tivesse pressa em analisar o pacote desfigurado pela Câmara, em um movimento articulado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), líderes apresentaram um requerimento de urgência para tentar incluir o texto ontem mesmo na pauta, de surpresa.
O requerimento foi derrotado pelo plenário por 44 votos a 14, em uma reação rápida de diversos senadores.
Mesmo mostrando irritação ao ser criticado por ter posto o requerimento em pauta - inicialmente sem citar nem mesmo do que se tratava e tentando fazer a votação simbólica - o presidente do Senado depois afirmou que seria bom o projeto ser analisado inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Senadores que se opõem ao projeto como veio da Câmara se articulam para apresentar um substitutivo ao texto. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) já havia afirmado na quarta-feira que o Senado iria retomar o projeto original, com "algumas correções".
Com isso, o texto terá que voltar para a Câmara. "Não tem problema, não podemos ter pressa nisso. Algumas propostas podem ser até boas, mas são inoportunas", disse uma das fontes.