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Temer intervém e Centrão adia formação de bloco

O presidente em exercício Michel Temer convenceu o Centrão a desistir de se formalizar enquanto bloco parlamentar na Câmara.

Presidente interino do Brasil, Michel Temer, dia 12/05/2016 (Adriano Machado / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2016 às 13h33.

Brasília - Com a necessidade de apoio no Congresso e após pressão do DEM, PSDB, PPS e PSB, o presidente em exercício Michel Temer convenceu o Centrão a desistir de se formalizar enquanto bloco parlamentar na Câmara. O grupo é formado por 225 deputados de 13 partidos e liderados pelo PP, PR, PTB e PSD. A intervenção do peemedebista evita, assim, um racha na base aliada do governo na Casa.

Lideranças da antiga oposição procuraram o novo líder do governo, André Moura (PSC-SE), para dizer que a oficialização do novo bloco que apoiou a indicação do sergipano levaria à formação de um bloco antagonista com integrantes da antiga oposição, com 117 deputados.

Diante da possibilidade real de ter uma base formalmente dividida, Temer interveio e determinou que Moura não formalizasse o Centrão. Ambos os grupos têm divergências em várias questões internas na Câmara. A própria escolha de Moura para a liderança do governo foi uma derrota para a antiga oposição, que defendia Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Além disso, o Centrão defende que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não seja cassado, enquanto a antiga oposição avalia que ele precisa ser punido. Ambos também divergem sobre a situação do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O Centrão defende sua manutenção no cargo. A antiga oposição quer novas eleições.

Temer precisará de sua base aliada unida para votar matérias da área econômica importantes já na próxima semana. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou para terça-feira sessão do Congresso Nacional para votar a nova meta fiscal e a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que dá mais flexibilidade ao governo na gestão do Orçamento.

"Conversei com eles (líderes do Centrão) e disse que não podemos ter dentro de uma mesma base dois blocos. Não podemos construir um muro entre nós", afirmou Moura. Segundo ele, ficou decidido, então, que "somos um bloco só". "E diga-se de passagem, meu pedido foi acatado e aceito por todos. Não vai ter mais o blocão", disse. Moura, porém, nega que tenha havido pressão da antiga oposição sobre ele para isso. "Não houve pressão. Foi um pedido meu como líder do governo, e eles entenderam", alegou.

A articulação de Temer já reflete no discurso dos líderes do Centrão. Um dos principais articuladores do grupo, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), passou a tratá-lo como uma "frente de partidos que pensa de forma semelhante". Ele, no entanto, evita cravar que não haverá mais oficialização. Diz apenas que o grupo decidiu adiar a formalização para "não criar barulho" que atrapalhasse as votações. "O timing não era de anúncio. Temos de fortalecer a posição de governo. Se desviar o foco agora, pode dar problema", afirmou Arantes. O bloco, diz, poderá vir a ser formalizado "mais para frente". "Não tem decisão de formalizar agora. Vamos conversar depois", disse.

A não formalização do "blocão", porém, não impede que o grupo continue atuando nos bastidores e, principalmente, que utilize a ameaça de oficialização como instrumento de pressão. "Fomos na linha da sensatez, mas não está descartada a formalização", declarou o líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB). Se oficializado, o grupo de 13 partidos seria o maior bloco da Casa. Pelos cálculos dos líderes, o "blocão" teria pelo menos 225 deputados contra 120 da antiga oposição.

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Brasília - Com a necessidade de apoio no Congresso e após pressão do DEM, PSDB, PPS e PSB, o presidente em exercício Michel Temer convenceu o Centrão a desistir de se formalizar enquanto bloco parlamentar na Câmara. O grupo é formado por 225 deputados de 13 partidos e liderados pelo PP, PR, PTB e PSD. A intervenção do peemedebista evita, assim, um racha na base aliada do governo na Casa.

Lideranças da antiga oposição procuraram o novo líder do governo, André Moura (PSC-SE), para dizer que a oficialização do novo bloco que apoiou a indicação do sergipano levaria à formação de um bloco antagonista com integrantes da antiga oposição, com 117 deputados.

Diante da possibilidade real de ter uma base formalmente dividida, Temer interveio e determinou que Moura não formalizasse o Centrão. Ambos os grupos têm divergências em várias questões internas na Câmara. A própria escolha de Moura para a liderança do governo foi uma derrota para a antiga oposição, que defendia Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Além disso, o Centrão defende que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não seja cassado, enquanto a antiga oposição avalia que ele precisa ser punido. Ambos também divergem sobre a situação do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O Centrão defende sua manutenção no cargo. A antiga oposição quer novas eleições.

Temer precisará de sua base aliada unida para votar matérias da área econômica importantes já na próxima semana. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou para terça-feira sessão do Congresso Nacional para votar a nova meta fiscal e a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que dá mais flexibilidade ao governo na gestão do Orçamento.

"Conversei com eles (líderes do Centrão) e disse que não podemos ter dentro de uma mesma base dois blocos. Não podemos construir um muro entre nós", afirmou Moura. Segundo ele, ficou decidido, então, que "somos um bloco só". "E diga-se de passagem, meu pedido foi acatado e aceito por todos. Não vai ter mais o blocão", disse. Moura, porém, nega que tenha havido pressão da antiga oposição sobre ele para isso. "Não houve pressão. Foi um pedido meu como líder do governo, e eles entenderam", alegou.

A articulação de Temer já reflete no discurso dos líderes do Centrão. Um dos principais articuladores do grupo, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), passou a tratá-lo como uma "frente de partidos que pensa de forma semelhante". Ele, no entanto, evita cravar que não haverá mais oficialização. Diz apenas que o grupo decidiu adiar a formalização para "não criar barulho" que atrapalhasse as votações. "O timing não era de anúncio. Temos de fortalecer a posição de governo. Se desviar o foco agora, pode dar problema", afirmou Arantes. O bloco, diz, poderá vir a ser formalizado "mais para frente". "Não tem decisão de formalizar agora. Vamos conversar depois", disse.

A não formalização do "blocão", porém, não impede que o grupo continue atuando nos bastidores e, principalmente, que utilize a ameaça de oficialização como instrumento de pressão. "Fomos na linha da sensatez, mas não está descartada a formalização", declarou o líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB). Se oficializado, o grupo de 13 partidos seria o maior bloco da Casa. Pelos cálculos dos líderes, o "blocão" teria pelo menos 225 deputados contra 120 da antiga oposição.

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