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Temer está preocupado com denúncias contra Geddel, diz assessor

Geddel Vieira Lima foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de corrupção e tentativa de tráfico de influência

Geddel: a crise aberta pela denúncia no interior do governo continua reverberando (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de novembro de 2016 às 12h29.

Paris - O secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, um dos assessores mais próximos do presidente Michel Temer , não garantiu, nesta segunda-feira, 21, a permanência do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, na Esplanada dos Ministérios, após as recentes denúncias que pesam sobre ele.

Falando em Paris, onde participa do 4º Fórum Econômico França-Brasil, o secretário informou que "o presidente está debruçado sobre a questão" e que uma solução "que sirva ao governo e ao País" será buscada nos próximos dias.

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Moreira Franco revelou que Temer "está muito preocupado" com as denúncias de corrupção e tráfico de influência feitas contra o articulador político de seu governo. "O PMDB não se organizou para fazer delito", frisou.

Geddel Vieira Lima foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de corrupção e tentativa de tráfico de influência por supostamente tê-lo pressionado a levantar o veto imposto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) à construção de um condomínio residencial em uma área tombada de Salvador, na Bahia.

A informação veio a público em entrevista concedida por Calero ao jornal Folha de S.Paulo. Em resposta, o secretário de governo admitiu que comprou um dos apartamentos do empreendimento, mas desmentiu que tenha pressionado Calero a intervir em favor de seus interesses pessoais.

A crise aberta pela denúncia no interior do governo continua reverberando. Nessa segunda-feira, Moreira Franco deixou claro ao Broadcast Político que a permanência de Geddel está sendo discutida. O presidente está tratando dessa questão. Esse problema ocorreu no fim de semana.

"Ele está muito preocupado", afirmou o secretário, deixando claro que o assunto ainda está em aberto. "Certamente haverá de encontrar uma solução que sirva ao governo, que sirva sobretudo ao País, no sentido de se ter regras que sejam claras, transparentes."

Questionado sobre se já se poderia afastar a hipótese de que Geddel seja demitido, Moreira Franco reiterou: "Não afasto, nem afirmo. Como eu disse, o presidente vai estar debruçado sobre essa questão."

Abalo

A entrevista foi concedida por Moreira Franco em meio ao encontro com líderes do Movimento das Empresas da França (Medef), maior sindicato patronal do país.

Questionado se as denúncias que atingem membros do governo de Michel Temer - inclusive ele próprio e o presidente da República - não continuam a abalar a imagem do País no exterior, o secretário aproveitou para alfinetar a oposição.

"O PMDB é um partido que vocês próprios veem como sendo uma federação. Eu não vejo muito assim, mas de qualquer forma isso expressa um ambiente democrático em que o partido não se organizou para fazer delito", afirmou.

"Algumas pessoas são acusadas, fizeram, são investigadas, alguns presos, outros não. São pessoas que praticam atos e que estão sendo investigadas dentro das regras legais."

Segundo Moreira Franco, as denúncias "existem" e devem ser enfrentadas. "O objetivo nosso é trazer o Brasil para um ambiente que existe no mundo, que é um ambiente de melhoria das práticas de governança, que tenham mais transparência, com regras de compliance que os valores são muito bem definidos, os limites são bem postos", alegou.

Além de Moreira Franco, outros dois ministros do governo Temer, Maurício Quintella, dos Transportes, e Marcos Pereira, do Desenvolvimento, estão em Paris.

Sobre as denúncias envolvendo Geddel Vieira Lima, Pereira pediu compreensão alegando que "o presidente teve uma semana para montar o governo" em razão do impeachment de Dilma Rousseff.

"A vida é assim. Você vai limpando, selecionando", disse ele, afirmando que as denúncias do ex-ministro da Cultura "são muito recentes".

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