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Temer diz que o ideal é que a Câmara vote as denúncias conjuntas

Segundo o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, o inquérito da PGR trata das três coisas, e o presidente acredita que o melhor é juntá-las

Michel Temer: o presidente foi denunciado por corrupção passiva pela PGR (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de junho de 2017 às 20h31.

Última atualização em 28 de junho de 2017 às 20h33.

Brasília - O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, disse nesta quarta-feira, 28, após reunião com o presidente Michel Temer e outros líderes da base aliada, que o presidente comentou que o ideal seria que a Câmara conseguisse apensar as denúncias do Procurador-Geral da Republica (PGR).

"O presidente disse que o ideal é que nós todos votemos as denúncias conjuntas", afirmou.

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"Até porque o inquérito é um inquérito que trata das três coisas. Não é comum você ter três, quatro denúncias do mesmo inquérito", completou.

Apesar da afirmação, ele tentou evitar fala sobre a estratégia que o governo usará na Casa para conseguir reunir as denúncias em uma só votação.

"Vai se mandar para a CCJ uma denúncia e nós vamos estabelecer o rito. Se no regimento não há o rito, nós vamos estabelecer o rito, se for o caso", disse.

Segundo o líder, a compreensão da base aliada é que o fatiamento da denúncia não é praxe e que o que "ficou definido é que base não vai se submeter à estratégia política de ser três, quatro, cinco denúncias sendo votadas pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)".

Ainda de acordo com o líder do governo, há compreensão dos líderes que não se pode parar o país e que agora é preciso aguardar o envio da denúncia por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) para estabelecer o seu rito na Casa.

"Enviando a denúncia amanhã, vamos ter conversa com Rodrigo Maia para estabelecer o rito", afirmou, referindo-se ao presidente da Câmara, que não participou da reunião com Temer e aliados.

CCJ

Aguinaldo evitou falar sobre a preferência do governo por um relator da denúncia na CCJ mais alinhado com o Planalto e disse que essa é uma prerrogativa do presidente da Comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).

Apesar disso, ele afirmou que acredita que Pacheco escolherá um "nome equilibrado" e que falará com base nos fatos e "não em ilação".

"Tenho plena confiança de que o presidente da CCJ vai escolher um relator que tenha responsabilidade e não vá em onda de ocasião", disse.

O líder evitou falar das preferências do governo, que seriam os deputados Alceu Moreira (PMDB-RS) e Jones Martins (PMDB-RS).

"Não sei quem está cotado; mas acho que qualquer parlamentar tem dignidade para oferecer relatório", desconversou.

Previdência

O líder afirmou ainda que na reunião foi feita uma avaliação da pauta da Casa e que a estratégia é tentar não paralisar o país.

"A Câmara não irá parar, na reunião com o presidente fizemos uma avaliação da pauta da Câmara", declarou. Apesar disso, ele descartou o avanço da reforma da Previdência na Casa.

"Evidente que neste momento não vamos colocar uma data para pauta a Previdência", disse.

Nos bastidores, aliados no Congresso e no Planalto reconhecem que a prioridade do governo é tentar derrubar a denúncia contra Temer para depois tentar voltar a normalidade.

Aguinaldo, porém, rebateu e lembrou a votação da Medida Provisória 759. "Estamos votando em normalidade as medidas provisórias e seguiremos votando matéria de interesse do Brasil", afirmou.

Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o plenário da Câmara dos Deputados votou, no final da noite de ontem, oito emendas à MP 759.

Na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso decidiu que a MP deveria ser devolvida à Câmara para nova votação. Transformado em projeto de lei de conversão, a medida poderá ir agora à sanção presidencial.

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