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Temer diz que crise é artificial e defende reforma trabalhista

O peemedebista destacou que o momento que o país atravessa exige responsabilidade de todos, com "atos e palavras"

Michel Temer: o presidente destacou que seu governo trabalha para tentar retomar o emprego (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: o presidente destacou que seu governo trabalha para tentar retomar o emprego (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de julho de 2017 às 12h49.

Brasília - O presidente Michel Temer publicou um artigo nesta terça-feira no jornal O Povo, do Ceará, no qual diz que a crise que o país atravessa hoje é artificial e que seu governo está sabendo responder a ela com as reformas.

No dia em que o Senado deve apreciar a urgência da reforma trabalhista, o presidente usou o espaço no jornal para defender a proposta.

"Estamos a um passo da aprovação da proposta de modernização trabalhista que enviei ao Congresso Nacional, que simplifica as leis trabalhistas. Ela passou pelas comissões temáticas e, agora, vai para o plenário do Senado", escreveu o presidente, destacando que a reforma "é fruto de muito diálogo com todos os setores envolvidos, especialmente os trabalhadores".

Temer tenta ainda rebater os argumentos de centrais sindicais que são contra a proposta e destaca que conforme "um estudo divulgado recentemente, a modernização trabalhista, junto com a lei da terceirização, pode gerar 2,3 milhões de empregos formais em curto espaço de tempo".

Repedindo a crítica que fez durante seu pronunciamento ao ser denunciado pelo Procurador-Geral Rodrigo Janot, o presidente destacou que o momento que o país atravessa exige responsabilidade de todos, com "atos e palavras".

"O que está em jogo é a superação de uma crise sem precedentes, é o futuro do Brasil. Por isso, repito: o Brasil não pode parar. O Brasil não tem tempo a perder. Seguiremos adiante", escreveu.

No texto, intitulado "O Brasil não pode parar", que tem sido a bandeira do governo para tentar se descolar da crise política e jurídica que atravessa, com o presidente sendo investigado e prestes a ter a denúncia contra ele apreciada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Temer diz que a expressão "faz referência a uma frase que era orgulho de paulistas e, posso dizer, de brasileiros em geral".

"Durante anos ecoava em todo o País o brado "São Paulo não pode parar".

"Hoje, esse sentimento e essa convicção estão presentes em todos os que percebem que o País mudou. O Brasil não pode parar. Ninguém conseguirá tirar o nosso país dos trilhos do crescimento e da justiça social", escreveu Temer no jornal cearense.

Ao dizer que "a resposta à crise artificial é clara", o presidente destacou que seu governo trabalha para tentar retomar o emprego.

"Tivemos abertura de novos empregos em três dos cinco primeiros meses do ano, em fevereiro, abril e maio. Em 2017 a geração de empregos já é positiva. Nosso trabalho agora é ampliar esse quadro e absorver os milhares de brasileiros que estão fora do mercado de trabalho", diz.

Ao defender a reforma trabalhista, Temer destacou ainda que o texto que será apreciado pelo Senado "pune o empregador que pagar salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função" e "fortalece o papel do sindicato nas relações trabalhistas, dando força de lei do acordo coletivo".

"Patrões e empregados vão poder negociar questões pontuais, como duração da jornada de trabalho e adequação desta jornada para diferentes públicos; trabalho remoto; banco de horas; participação nos lucros", explica o presidente.

O presidente ressalta que no fim do ano passado seu governo lançou uma plataforma antifraude no seguro-desemprego e que já foram bloqueados 29.871 requerimentos e evitadas fraudes no valor de quase R$ 153 milhões.

Segundo ele, a medida propiciou economia direta e indireta no valor de cerca de R$ 487 milhões.

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