Tebet: "Não conversei com o presidente da República sobre esse assunto" (Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 27 de julho de 2023 às 08h57.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse não ter tratado sobre a escolha do economista Marcio Pochmann para o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não conversei com o presidente da República sobre esse assunto" afirmou Tebet nesta quarta-feira, 26, à GloboNews. Horas após a gravação da entrevista, o Palácio do Planalto confirmou a indicação de Pochmann.
"Não estamos tratando de IBGE, até porque seria um desrespeito com um presidente que está hoje lá e que tem um ciclo que não se encerrou", disse a ministra, em referência ao atual chefe do órgão, Cimar Azeredo, que ocupa o cargo interinamente desde janeiro.
Tebet afirmou que não conhece Pochmann, que presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012, durante gestões petistas. No mesmo período, a ministra foi prefeita da cidade de Três Lagoas (MS) e vice-governadora do Mato Grosso do Sul. "Não o conheço, no momento em que ele estava no governo, eu estava no meu Estado", disse Tebet. "Como não sou economista e não o conheço, não posso fazer nenhuma consideração."
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também disse que tem uma boa relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que os dois comungam de ideias semelhantes sobre a política econômica do governo.
"Não poderia ser melhor [a relação]. Eu diria, assim, que foi uma grata surpresa para mim", afirmou Tebet à GloboNews. "Eu não sou economista, mas sou mais liberal na economia, tenho pra mim que não existe compromisso social sem responsabilidade fiscal, sou um pouco mais fiscalista nesse aspecto."
"Eu tinha dúvida se o caminho a ser seguido, a visão de que caminho seguir seria a mesma. E o ministro Haddad tem tanta preocupação com a responsabilidade fiscal quanto eu, nesse momento. Não sei até se não tem mais", disse Tebet, para quem a meta fiscal estabelecida pelo ministro é "audaciosa".
A ministra Simone Tebet também disse na entrevista que espera que, ao se aproximar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Centrão se comprometa com as reformas.
"Nós não temos maioria no Congresso Nacional e precisamos dessa maioria para os projetos estruturantes para o Brasil", afirmou Tebet. A ministra ressalvou que a liberdade dos parlamentares de se posicionar sobre questões pontuais que envolvam costumes, temas setoriais e pautas ideológicas deverá ser preservada.
"Da nossa parte, o que nós queremos, a equipe econômica, é apenas o comprometimento desses partidos com as reformas e projetos estruturantes", afirmou a ministra.