Tarcísio anuncia escolas cívico-militares em SP após Lula encerrar programa de Bolsonaro
Governador prometeu editar decreto para regular programa estadual
Agência de notícias
Publicado em 13 de julho de 2023 às 08h12.
Última atualização em 13 de julho de 2023 às 08h50.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou na noite desta quarta-feira o plano de editar um decreto para regular um programa estadual de escolas cívico-militares. O anúncio surge horas após a divulgação da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de encerrar o programa nacional instituído pelo seu antecessor, Jair Bolsonaro.
"Fui aluno de Colégio Militar e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens", escreveu Tarcísio em publicação nas redes sociais. "O Governo de São Paulo vai editar um decreto para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato em todo o Estado", complementou.
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Até o ano passado, o estado de São Paulo tinha 16 escolas inscritas no programa para instituição do modelo cívico-militar proposto pela gestão de Bolsonaro, na qual Tarcísio foi ministro da Infraestrutura. Nacionalmente, o governo federal desembolsou quase R$ 100 milhões com o programa.
O anúncio do plano de Tarcísio surge como um aceno ao eleitorado bolsonarista após uma semana de abalos na relação entre o governador paulista e o ex-presidente. Tarcísio e Bolsonaro divergiram em relação à aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados — o governador era a favor, e o ex-mandatário, contrário.
Fim das escolas cívico-militares
Criado em 2019, o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim) começou a ser implementado em 2020 em 51 escolas, mas em 2021 e 2022 teve sua expansão para 216 unidades, aumentando exponencialmente os valores empenhados.
A decisão do encerramento do programa foi informada por meio de um ofício enviado a secretários estaduais de todo o país esta semana, datado da última segunda-feira.
O documento, endereçado aos secretários estaduais, informa que foi "deliberado o progressivo encerramento" do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares após a realização de processo de avaliação liderado pela equipe da Secretaria de Educação Básica, do Ministério da Defesa e do próprio MEC.
O ofício acrescenta que "partir desta definição, iniciar-se-á um processo de desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvidos em sua implementação e lotado nas unidades educacionais vinculadas ao Programa, bem como a adoção gradual de medidas que possibilitem o encerramento do ano letivo dentro da normalidade necessária aos trabalhos e atividades educativas".