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STJ suspende julgamento de pedido de liberdade de Odebrecht

"Não há risco de evasão do réu, nem indício de que ele vá frustrar sequestro de bens ou impedir o processo investigatório", argumentou o ministro


	O executivo Marcelo Odebrecht: para o relator, não é razoável que Marcelo permaneça preso até que todo o esquema seja revelado
 (Rodolfo Burher/Reuters)

O executivo Marcelo Odebrecht: para o relator, não é razoável que Marcelo permaneça preso até que todo o esquema seja revelado (Rodolfo Burher/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 16h52.

Brasília - A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu nesta quinta-feira, 3, o julgamento do pedido de liberdade de Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht.

O ministro Jorge Mussi pediu vista do processo após o ministro relator, Ribeiro Dantas, ler o voto a favor da revogação da prisão preventiva do executivo decretada pelo juiz Sérgio Moro, à frente da Operação Lava Jato.

Marcelo está preso em Curitiba desde 19 de junho, denunciado por lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa no esquema que envolve desvios em contratos com a Petrobras.

Com o pedido de vista, o julgamento fica adiado até que o ministro Mussi devolva o processo para análise do colegiado. Segundo uma norma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a devolução deve ser feita em, no máximo, 20 dias.

Liberdade

De acordo com o voto do ministro Ribeiro Dantas, embora haja indícios de participação no executivo nos crimes, não há elementos que justifiquem a prisão preventiva.

"Não há risco de evasão do réu, nem indício de que ele vá frustrar sequestro de bens ou impedir o processo investigatório", argumentou o ministro.

Para o relator, não é razoável que Marcelo permaneça preso até que todo o esquema seja revelado.

"A legitimidade do Judiciário só vai se manter no cumprimento estrito da lei. No caso, a prisão preventiva só deve ser aplicada nos estritos casos previstos."

O ministro orientou, no entanto, a adoção de medidas cautelares, como monitoramento eletrônico, entrega de passaporte, proibição de realização de atividades financeiras e empresariais e o impedimento de contato com demais investigados da Operação Lava Jato.

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