Brasil

STF marca para 25 de março julgamento que pode anular sentenças de Lula

Suprema Corte também pautou julgamento de tabela do frete para fevereiro e rescisão de delação dos irmãos Batista para junho

Lula: Suprema corte já anulou duas vezes o julgamento que pode suspender as sentenças do ex-presidente (Pedro Vilela/Getty Images)

Lula: Suprema corte já anulou duas vezes o julgamento que pode suspender as sentenças do ex-presidente (Pedro Vilela/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 16h25.

O Supremo Tribunal Federal marcou para o dia 25 de março a retomada do julgamento a respeito da extensão dos efeitos da decisão tomada pela corte de que réus alvos de delação premiada devem ter direito a apresentar alegações finais posteriormente a réus delatores.

O julgamento do STF, que foi suspenso em outubro, é essencial porque pode levar a uma série de anulação de sentenças ou retornar a fases anteriores de processos da operação Lava Jato, entre eles do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Há dois meses, o Supremo anulou pela segunda vez uma condenação da Lava Jato em razão da apresentação simultânea de alegações finais por réus delatados e delatores. Por oito votos a três, o STF entendeu que vai fixar uma tese para ser aplicada por todas as instâncias da Justiça a respeito do direito à apresentação das alegações finais.

Calendário do STF

O STF divulgou o calendário de julgamentos do primeiro semestre de 2020, que prevê em 19 de fevereiro o julgamento das quatro ações que tratam do tabelamento do frete rodoviário e para 17 de junho a discussão sobre uma eventual rescisão da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista e outros executivos da J&F.

O caso chegou a entrar na pauta este ano da corte, no dia 4 de setembro, mas foi retirado pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli. Na ocasião, ele atendeu a pedido apresentado pelo relator das ações no STF, ministro Luiz Fux, que não justificou a iniciativa, segundo a assessoria do presidente do Supremo.

Em junho do ano passado, Fux havia concedido uma liminar para suspender a tramitação de todas as ações na Justiça Federal que questionavam uma medida provisória que instituiu política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas, até que a própria corte se manifeste sobre o assunto.

Essa decisão ocorreu pouco depois de uma greve geral de caminhoneiros que paralisou o país.

O Supremo pautou para 17 de junho o julgamento do pedido de rescisão, feito pela Procuradoria-Geral da República, da delação premiada de Joesley Batista, Wesley Batista e Ricardo Saud sob a acusação de que eles teriam mentido ou omitido fatos da sua colaboração premiada.

O pedido de rescisão foi feito pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em 2017, e endossado pelos dois sucessores dele no cargo, Raquel Dodge e Augusto Aras. Se forem rescindido os acordos, eles perderiam direito a benefícios da colaboração, como a imunidade penal.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho