Brasil

STF decidirá se Fachin segue na relatoria de delação da J&F

A delação foi dada ao ministro sem que houvesse sorteio por prevenção, já que Fachin é responsável por todos os casos ligados à Lava Jato na corte

Fachin: na delação, executivos da J&F acusam o presidente Michel Temer de ter recebido propina da companhia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Fachin: na delação, executivos da J&F acusam o presidente Michel Temer de ter recebido propina da companhia (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 6 de junho de 2017 às 17h24.

São Paulo - O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se o ministro Edson Fachin seguirá na relatoria do acordo de delação premiada de executivos ligados à J&F, holding que controla a JBS, informou a corte nesta terça-feira.

O plenário deverá decidir sobre um pedido do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), que questionou a distribuição do caso a Fachin.

A delação foi dada para a relatoria do ministro sem que houvesse sorteio por prevenção, já que Fachin é responsável por todos os casos ligados à operação Lava Jato que tramitam na corte.

Na delação, executivos da J&F acusam o presidente Michel Temer de ter recebido propina da companhia.

No âmbito do acordo, o empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, gravou uma conversa com Temer em que, na interpretação da Procuradoria-Geral da República, o presidente teria dado aval para a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha.

No diálogo, Temer também teria indicado a Joesley o então deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que foi assessor especial do presidente, como intermediário para tratar dos interesses da holding junto ao governo.

Na conversa o empresário também conta ao presidente que "deu conta" de um procurador que investigava sua empresa e que "estava segurando" juízes que tratavam do caso envolvendo suas companhias.

Loures, que no âmbito da delação da J&F foi filmado levando uma mala com 500 mil reais que os delatores afirmam ser propina, foi preso no fim de semana.

A delação levou à abertura de um inquérito no Supremo que investiga Temer por suspeitas de corrupção, obstrução da Justiça e organização criminosa. Fachin também é o relator deste inquérito.

Não há data para o plenário do STF analisar se Fachin seguirá na relatoria da delação da J&F ou se ela será distribuída a um outro ministro da corte.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaEdson FachinJ&FOperação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Após jovem baleada, Lewandowski quer acelerar regulamentação sobre uso da força por policiais

Governadores avaliam ir ao STF contra decreto de uso de força policial

Queda de ponte: dois corpos são encontrados no Rio Tocantins após início de buscas subaquáticas

Chuvas intensas atingem Sudeste e Centro-Norte do país nesta quinta; veja previsão do tempo