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STF debate ensino religioso em escolas públicas

Ministro Luís Roberto Barroso pretende ouvir argumentos de todos os participantes antes de elaborar voto e liberar processo para julgamento no plenário da Corte


	Alunos de escola pública de Manaus, no Amazonas: ação da PGR foi proposta em 2010 pela então vice-procuradora Débora Duprat
 (Tomaz Silva/ Agência Brasil)

Alunos de escola pública de Manaus, no Amazonas: ação da PGR foi proposta em 2010 pela então vice-procuradora Débora Duprat (Tomaz Silva/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2015 às 06h37.

O Supremo Tribunal Federal (STF) promove hoje (15) audiência pública para discutir o ensino religioso em escolas públicas. A audiência está prevista para começar às 9h e 31 entidades foram habilitadas para participar das exposições.

Cada uma terá 15 minutos para expor seus argumentos.

A audiência foi convocada pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade na qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede que a Corte reconheça que o ensino religioso é de natureza não confessional, com a proibição de admissão de professores que atuem como “representantes de confissões religiosas”.

O ministro pretende ouvir os argumentos de todos os participantes antes de elaborar seu voto e liberar o processo para julgamento no plenário da Corte. 

“A interpretação constitucional envolve certa capacidade de o juiz interpretar o sentimento social, as demandas da sociedade. Portanto, o que eu espero na audiência em que se discute o ensino religioso nas escolas públicas é saber como pensam os representantes das religiões, os representantes de órgãos de educação, intectuais e pensadores de questões teológicas”, disse Barroso na última semana.

A ação da PGR foi proposta em 2010 pela então vice-procuradora Débora Duprat.

Segundo entendimento da procuradoria, o ensino religioso só pode ser oferecido se o conteúdo programático da disciplina consistir na exposição “das doutrinas, práticas, histórias e dimensão social das diferentes religiões”, sem que o professor tome partido.

Para a procuradora, o ensino religioso no país aponta para a adoção do “ensino da religião católica” e de outros credos, fato que afronta o princípio constitucional da laicidade.

O ensino religioso está previsto Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Decreto 7.107/2010, acordo assinado entre o Brasil e o Vaticano para o ensino da matéria.

Em 2011, a Agência Brasil publicou uma série de matérias retratando o desafio das escolas brasileiras de oferecer um ensino religioso que respeite as diversas crenças.

O especial Escolas de fé: a religião na sala de aula foi ganhador do prêmio Prêmio Andifes de Jornalismo 2012 na categoria educação básica.

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