A cidade de São Paulo completou neste domingo, 28, o quarto dia consecutivo com temperaturas acima de 35°C, segundo dados das estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O calor extremo levou a capital paulista a registrar a maior temperatura de 2025 e o dia mais quente já observado em um mês de dezembro.
Na estação convencional do Inmet no Mirante de Santana, na zona norte, os termômetros marcaram 37,2°C às 16h, superando o recorde anterior do mês, estabelecido apenas dois dias antes, quando a cidade havia alcançado 36,2°C às 15h de sexta, 26.
Ao longo dos últimos quatro dias, a capital quebrou recordes sucessivos. No Natal, quinta, 25, a temperatura chegou a 35,9°C. No sábado, 27, a medição realizada às 15h registrou 35,1°C.
Já neste domingo, a temperatura medida no centro de monitoramento na Zona Norte, que funciona desde 1943, foi a quarta maior da série histórica, e ficou perto do recorde atingido em 17 de outubro de 2014, com 37,8 °C.
Até esta semana, o dia mais quente de 2025 havia ocorrido em outubro, quando os termômetros marcaram 35,1°C.
Sudeste concentra temperaturas extremas
No Rio de Janeiro, os termômetros se aproximaram dos 40 °C em diferentes pontos, colocando municípios fluminenses entre os que bateram recorde de temperatura durante o Natal, de acordo com levantamentos baseados em dados oficiais.
A Região Sudeste, com alerta vermelho ativo, concentrou boa parte das cidades que tiveram ondas de calor, resultado da combinação entre forte insolação, pouca nebulosidade e ausência de sistemas de chuva mais organizados.
Belo Horizonte também teve picos: a região voltou a registrar temperatura mais alta de 2025 neste domingo, 28. Os termômetros marcaram 35,5 °C na região de Venda Nova, repetindo o recorde já observado em 7 de outubro, segundo dados meteorológicos oficiais.
Os recordes de calor calor extremo não se limitaram ao eixo Rio-São Paulo. Municípios do Centro-Oeste, tradicionalmente quentes, superaram médias históricas para dezembro, enquanto cidades do Sul, onde temperaturas tão altas são menos comuns nesta época do ano, também registraram crescimento.
O principal fator por trás dos recordes simultâneos é o bloqueio atmosférico, que impede a circulação normal das frentes frias. Esse padrão provoca dias consecutivos de calor intenso, noites com pouca queda de temperatura e redução das chuvas em algumas regiões, agravando a sensação térmica e os impactos do calor prolongado.
De acordo com o Inmet, o calor intenso deve continuar enquanto o bloqueio atmosférico permanecer ativo. A expectativa é de alívio gradual a partir da segunda-feira, dia 29.
Orientação dos órgãos oficiais durante recordes de temperatura
O Inmet e o Ministério da Saúde recomendam cuidados durante ondas de calor, como acompanhar os alertas meteorológicos, manter hidratação constante, evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e redobrar os cuidados com grupos vulneráveis. As autoridades alertam que recordes de calor não são episódios isolados, mas parte de um padrão climático cada vez mais extremo no país.