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Cidade de SP registra 2 casos de microcefalia em bebês

Microcefalia: a primeira engravidou na Paraíba e a segunda grávida veio de Pernambuco


	Microcefalia: a primeira engravidou na Paraíba e a segunda grávida veio de Pernambuco
 (Wikimedia Commons)

Microcefalia: a primeira engravidou na Paraíba e a segunda grávida veio de Pernambuco (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 08h44.

São Paulo - A cidade de São Paulo já registrou dois casos de microcefalia com suspeita de relação com o zika vírus, de gestantes vindas de Estados do Nordeste.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das mulheres deu à luz na semana passada, no Hospital Municipal Mário Degni, no Butantã, zona oeste da capital.

A outra está com 36 semanas de gestação, mas a má-formação já foi diagnosticada durante um exame de imagem feito na Santa Casa de São Paulo, onde está sendo atendida.

A primeira engravidou na Paraíba e passou o início da gestação naquele Estado, onde 96 casos de microcefalia já foram registrados. A segunda veio de Pernambuco, Estado com o maior número de registros até agora: 487.

A capital tem uma média histórica de 10 a 15 casos de microcefalia por ano, causados por outros fatores, como rubéola e consumo de drogas. Neste ano, já haviam sido notificados 12. Mas os dois novos casos são os primeiros da cidade com suspeita de relação com o zika.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, as duas gestantes tiveram sintomas do zika vírus nos primeiros meses de gravidez.

"Quando ainda estavam no Nordeste, tiveram febre e exantemas (manchas vermelhas no corpo). Como o período de transmissão do vírus dura poucos dias, quando elas vieram para São Paulo já não tinham o risco de transmitir", diz Padilha.

O rastreamento dos dois casos foi possível graças a uma nova regra estabelecida pela secretaria no dia 11 de novembro, após o aumento de casos de microcefalia no País.

"Passamos a orientar todas as maternidades de São Paulo a, além de fazer o registro de microcefalia no momento do nascimento, buscar em exames de imagem, como ultrassons, suspeitas da má-formação e notificar a vigilância local quando há casos suspeitos", explica o secretário.

Até agora, a cidade de São Paulo não teve casos autóctones (de transmissão interna) do zika vírus. Foram apenas três registros importados: dois cuja infecção aconteceu na Bahia e outro de um paciente que passou por vários Estados do Nordeste. Além disso, sete casos suspeitos estão em investigação.

Em todo o Estado, foram confirmados dois casos autóctones do zika vírus: um em Sumaré e outro em São José do Rio Preto, ambos no interior. As contaminações aconteceram no primeiro semestre do ano.

Gravidez

Padilha afirmou que as mulheres não devem ser desencorajadas a engravidar - como já disseram técnicos federais -, mas devem redobrar os cuidados.

"A dengue é potencialmente mais grave para uma grávida do que o zika porque pode causar a morte da gestante ou um aborto. O que deve ser feito é redobrar o cuidado com o combate ao mosquito, porque aí estaremos nos prevenindo da dengue e do zika", disse.

Medidas

Além de editar norma no dia 11 deste mês, orientando os hospitais a notificarem casos suspeitos de microcefalia, mesmo antes do nascimento da criança, a Secretaria Municipal da Saúde convocou uma reunião na quarta-feira, 25, com 1.200 representantes de unidades de saúde públicas e privadas para capacitação de gestores no enfrentamento da dengue e do zika vírus.

A pasta convocou também os serviços particulares pelo fato de 40% das 23 mortes por dengue ocorridas no ano terem sido registradas nesse tipo de estabelecimento.

A secretaria apresentou regras detalhadas sobre diagnóstico e notificação do zika e medidas que serão tomadas contra a dengue no próximo verão, entre elas a aplicação de larvicida em imóveis da capital paulista, instalação antecipada de dez tendas de atendimento, aplicação de testes rápidos de diagnóstico, entre outras.

Segundo o secretário da Saúde, Alexandre Padilha, a expectativa é de que a epidemia do próximo ano seja ainda mais grave do que neste ano, quando 100 mil pessoas tiveram a doença.

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