SP adia fiscalização eletrônica de transporte de entulho
Por decreto, as caçambas devem ser retiradas das vias públicas em 3 dias e o despejo do entulho nos locais autorizados deve ser feito até 4 dias depois
Agência Brasil
Publicado em 17 de abril de 2017 às 16h45.
Após mais de nove horas de protesto contra novas regras da prefeitura de São Paulo sobre descarte de entulho, caçambeiros conseguiram adiar por 30 dias a implantação do Controle de Transporte de Resíduos (CTR) Eletrônico, que tinha entrado em vigor no sábado (15).
A manifestação dos caçambeiros começou hoje (17) às 2h45 e se estendeu até pouco depois das 12h.
Centenas de caminhões caçamba que foram estacionados no Viaduto do Chá, em frente ao prédio da prefeitura, e espalhados também em vias próximas, como a Rua Libero Badaró, onde os veículos ocupavam filas duplas.
Por causa da manifestação, o trânsito ficou congestionado na região central da cidade ao longo de toda a manhã e pelo menos 13 linhas de ônibus tiveram o itinerário alterado.
Novas regras
Pelo decreto municipal, as caçambas de resídios têm de ser retiradas das vias públicas em três dias e o despejo do entulho nos locais autorizados deve ser feito até quatro dias depois. A fiscalização será eletrônica.
"Somos a favor do CTR, mas queremos melhores condições de trabalho, como mais aterros", disse o prestador de serviços Bruno Rafael Oliveira de Almeida.
Segundo ele, atualmente existem apenas três aterros públicos e um deles fica a cerca de 60 quilômetros da capital paulista, tornando mais caro o transporte.
Em nota, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), órgão da prefeitura, disse que o novo sistema visa evitar o despejo de entulho em locais inadequados.
"Ressaltamos que o principal objetivo da implantação do CTR eletrônico é garantir a obtenção de dados sobre a geração de resíduos da construção civil e a sua correta destinação. Com essa ferramenta, a prefeitura pretende reforçar a fiscalização e, consequentemente, reduzir a quantidade de pontos de descarte irregular na cidade."
O órgão disse estar dialogando com os caçambeiros para esclarecer o "funcionamento e os benefícios da emissão do Controle de Transporte de Resíduos Eletrônico, bem como receber as propostas encaminhadas pelo setor".
Segundo a Amlurb, a cidade de São Paulo tem capacidade instalada para receber até 2,05 milhões de toneladas de resíduos da construção civil por mês, por meio de 11 aterros cadastrados, três deles contratados pela prefeitura, e 22 Áreas de Transbordo e Triagem cadastradas e em operação.
No entanto, mensalmente, menos de 32 mil toneladas de resídios da construção civil chegam a esses locais, segundo a prefeitura.