Onda de violência no Rio Grande do Norte soma 82 ocorrências
Onda de violência no Rio Grande do Norte atinge 29 cidades e já soma 82 ocorrências
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2016 às 10h19.
São Paulo - O Rio Grande do Norte registrou mais dois ataques criminosos na madrugada desta quarta-feira, 3. Com isso, a onda de violência no Estado já soma 82 ocorrências, em 29 cidades.
Os crimes contra veículos e prédios públicos seriam uma reação de facções criminosas à instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídios do Estado.
O governo informou que não vai recuar e deve expandir a instalação para três das maiores unidades prisionais até o fim do ano.
Nesta terça-feira, 2, veículos em quatro cidades do interior foram incendiados; em um deles, as chamas começaram em carros guardados em um pátio da Polícia Civil.
Por decisão da Secretaria de Justiça, os aparelhos de bloqueio deverão passar a funcionar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, a maior do Estado, além das unidades Caicó e Mossoró.
O início do funcionamento do equipamento no Presídio Estadual de Parnamirim teria desencadeado os ataques.
Para combater a violência, o governo do Estado requisitou e o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), liberou a atuação de 1,2 mil militares das Forças Armadas no patrulhamento nas ruas da capital.
Cerca de 500 deles já chegaram à cidade e devem começar as atividades na tarde desta quarta-feira.
Para acertar os detalhes da atuação das tropas, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, estará em Natal durante a manhã em reunião com o governador Robinson Faria (PSD).
O número de presos com suspeita de ligação com as ocorrências chegou a 72 nesta terça-feira. A Polícia Civil prendeu três pessoas que estariam diretamente ligadas ao comando da facção que tem liderado os ataques.
Daniel Silva de Carvalho é apontado como sendo o segundo membro mais importante do grupo. A segunda pessoa presa, Islênia de Abreu Lima, também é apontada como membro da cúpula da quadrilha. Um menor também foi apreendido.
Segundo os investigadores, Carvalho seria o autor do primeiro ataque coordenado, que aconteceu na sexta-feira passada, contra um ônibus em Macaíba, na região metropolitana de Natal. O homem foi encontrado com queimaduras nos dois braços e confessou ter agido por ordem da facção.
Na segunda-feira, 1º, cinco presos apontados como lideranças de dentro das unidades prisionais já haviam sido transferidos para a penitenciária federal em Mossoró, a cerca de 280 quilômetros de distância da capital.
Nesta terça-feira, as identidades deles foram divulgadas: Edson Cardoso Bezerra, Anderson Mendonça da Silva, Cosme Wendel Rodrigues Gomes, Alex Barros de Medeiros e Marcos Paulo Ferreira, conhecido como Cabeça do Acre, todos apontados como importantes figuras do tráfico de drogas no Estado.
O sistema penitenciário potiguar já enfrentava uma crise desde o primeiro semestre do ano passado, quando rebeliões causaram danos nas unidades prisionais, em ação articulada com criminosos nas ruas que também atacaram veículos do transporte público.
Prejuízo
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Passageiros (Seturn), a circulação de ônibus retomou nesta quarta-feira o horário normal de operação, a partir das 5h30.
A frota, no entanto, segue reduzida, com cerca de 65% do efetivo. Ao longo do dia, a previsão é de que chegue a 80%.
De acordo com levantamento divulgado pelas empresas de transporte público, os prejuízos no setor já somam mais de R$ 4,7 milhões, entre veículos incendiados e perda de receita por causa da suspensão dos serviços.
A Câmara de Dirigentes Lojistas do RN já afirma que há prejuízo real no faturamento do comércio e serviços, apesar de não ter concluído o levantamento de dados.
Com medo da violência, parte das escolas particulares de Natal e região metropolitana adiou o reinício do ano letivo para a próxima segunda-feira.
Eventos esportivos e culturais também vêm sendo cancelados ou adiados. Foi o caso do show da banda Jota Quest, que estava marcado para ocorrer no próximo sábado, mas foi cancelado. Segundo a organização, o show será agendado novamente, mas ainda não tem uma nova data definida.
São Paulo - O Rio Grande do Norte registrou mais dois ataques criminosos na madrugada desta quarta-feira, 3. Com isso, a onda de violência no Estado já soma 82 ocorrências, em 29 cidades.
Os crimes contra veículos e prédios públicos seriam uma reação de facções criminosas à instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídios do Estado.
O governo informou que não vai recuar e deve expandir a instalação para três das maiores unidades prisionais até o fim do ano.
Nesta terça-feira, 2, veículos em quatro cidades do interior foram incendiados; em um deles, as chamas começaram em carros guardados em um pátio da Polícia Civil.
Por decisão da Secretaria de Justiça, os aparelhos de bloqueio deverão passar a funcionar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, a maior do Estado, além das unidades Caicó e Mossoró.
O início do funcionamento do equipamento no Presídio Estadual de Parnamirim teria desencadeado os ataques.
Para combater a violência, o governo do Estado requisitou e o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), liberou a atuação de 1,2 mil militares das Forças Armadas no patrulhamento nas ruas da capital.
Cerca de 500 deles já chegaram à cidade e devem começar as atividades na tarde desta quarta-feira.
Para acertar os detalhes da atuação das tropas, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, estará em Natal durante a manhã em reunião com o governador Robinson Faria (PSD).
O número de presos com suspeita de ligação com as ocorrências chegou a 72 nesta terça-feira. A Polícia Civil prendeu três pessoas que estariam diretamente ligadas ao comando da facção que tem liderado os ataques.
Daniel Silva de Carvalho é apontado como sendo o segundo membro mais importante do grupo. A segunda pessoa presa, Islênia de Abreu Lima, também é apontada como membro da cúpula da quadrilha. Um menor também foi apreendido.
Segundo os investigadores, Carvalho seria o autor do primeiro ataque coordenado, que aconteceu na sexta-feira passada, contra um ônibus em Macaíba, na região metropolitana de Natal. O homem foi encontrado com queimaduras nos dois braços e confessou ter agido por ordem da facção.
Na segunda-feira, 1º, cinco presos apontados como lideranças de dentro das unidades prisionais já haviam sido transferidos para a penitenciária federal em Mossoró, a cerca de 280 quilômetros de distância da capital.
Nesta terça-feira, as identidades deles foram divulgadas: Edson Cardoso Bezerra, Anderson Mendonça da Silva, Cosme Wendel Rodrigues Gomes, Alex Barros de Medeiros e Marcos Paulo Ferreira, conhecido como Cabeça do Acre, todos apontados como importantes figuras do tráfico de drogas no Estado.
O sistema penitenciário potiguar já enfrentava uma crise desde o primeiro semestre do ano passado, quando rebeliões causaram danos nas unidades prisionais, em ação articulada com criminosos nas ruas que também atacaram veículos do transporte público.
Prejuízo
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Passageiros (Seturn), a circulação de ônibus retomou nesta quarta-feira o horário normal de operação, a partir das 5h30.
A frota, no entanto, segue reduzida, com cerca de 65% do efetivo. Ao longo do dia, a previsão é de que chegue a 80%.
De acordo com levantamento divulgado pelas empresas de transporte público, os prejuízos no setor já somam mais de R$ 4,7 milhões, entre veículos incendiados e perda de receita por causa da suspensão dos serviços.
A Câmara de Dirigentes Lojistas do RN já afirma que há prejuízo real no faturamento do comércio e serviços, apesar de não ter concluído o levantamento de dados.
Com medo da violência, parte das escolas particulares de Natal e região metropolitana adiou o reinício do ano letivo para a próxima segunda-feira.
Eventos esportivos e culturais também vêm sendo cancelados ou adiados. Foi o caso do show da banda Jota Quest, que estava marcado para ocorrer no próximo sábado, mas foi cancelado. Segundo a organização, o show será agendado novamente, mas ainda não tem uma nova data definida.