Sobe para 65 o número de mortos em Brumadinho
A Defesa Civil de Minas Gerais divulgou que 192 pessoas foram resgatadas, mas 279 ainda estão desaparecidas
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 18h57.
Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 21h45.
As buscas por vítimas e sobreviventes do desastre em Brumadinho, Minas Gerais, devido ao rompimento da barragem da Vale, chegaram ao seu quarto dia nesta segunda-feira, 28, e o número de mortos subiu para 65.
O número foi divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais. De acordo com o porta-voz do órgão, o tenente-coronel Flávio Godinho, 382 pessoas foram localizadas e 192 foram resgatadas. Além disso, 279 pessoas permanecem desaparecidas. Dos 65 mortos, apenas 31 foram identificados até o momento.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, afirmou em entrevista coletiva, também nesta segunda, que as chances de encontrar sobreviventes na tragédia são consideradas baixas. Aihara explicou que os rejeitos, que tomaram a região, dificilmente permitem a formação de bolsões de ar — 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos ocupavam a barragem. “É uma operação de guerra, que demanda esforços e compreensão de todas as partes”, disse o tenente. Aihara ainda afirmou que a previsão é de que os bombeiros permaneçam no local por semanas.
O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, disse que o desastre de Brumadinho pode ser considerado o maior acidente de trabalho da história do país. Isso acontecerá caso o número de mortos ultrapasse 69, que foi o total de trabalhadores mortos no desabamento do pavilhão de exposições do Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, no ano de 1971.
Também nesta segunda, a juíza plantonista Renata Lopes Vale, da Vara do Trabalho de Betim, determinou o bloqueio de 800 milhões de reais da mineradora Vale. A decisão atende parcialmente ao pedido feito na noite deste domingo, 27, pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais, que solicitava o bloqueio de 1,6 bilhão da mineradora para garantir o pagamento de eventuais indenizações às famílias das vítimas e dos sobreviventes da tragédia.
Além do bloqueio, algumas outras determinações foram feitas à Vale, como a manutenção do pagamento dos salários aos parentes e familiares dos trabalhadores desaparecidos, até que haja a constatação de vida ou de morte e a apresentação à justiça de documentos como seu programa de gerenciamento de riscos e o Plano de Evacuação da Mina.
Em entrevista no final da tarde desta segunda-feira, Luciano Siani, diretor de finanças das companhias, afirmou que vai doar 100,000 reais a todas as famílias das vítimas.